O encontro do Careca do INSS com a CPMI
A CPMI do INSS pretende ouvir na segunda-feira, 15, às 16h, o lobista Antônio Carlos Camilo Antunes

A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do INSS pretende ouvir na segunda-feira, 15, às 16h, o lobista Antônio Carlos Camilo Antunes, conhecido como “Careca do INSS”.
Ele foi preso nesta sexta-feira, 12, pela Polícia Federal, suspeito de envolvimento no esquema de descontos ilegais sobre aposentadorias e pensões.
Mesmo com a prisão, o presidente da comissão, senador Carlos Viana (Podemos-MG), pedirá ao Supremo Tribunal Federal (STF) a liberação de Antunes para prestar depoimento.
Operação Cambota
“Ele já estava convocado, já tinha sido intimado pela Polícia Legislativa e eu espero que [o Supremo] mantenha a ida dele, para que possa esclarecer como conseguiu, com tanta facilidade, roubar a Previdência, quem são os servidores envolvidos e quais políticos possam ter se beneficiado”, disse Viana.
A prisão de Antunes ocorreu no âmbito da Operação Cambota, autorizada pelo ministro André Mendonça. A ação é um desdobramento da Operação Sem Desconto, que apura uma rede nacional de fraudes contra beneficiários do INSS.
Também foi preso o empresário Maurício Camisotti, que havia sido convocado a depor na CPMI. A convocação de Antunes era uma das mais aguardadas pelo colegiado.
Parlamentares apresentaram 14 requerimentos para garantir seu depoimento, entre eles o do presidente e o do relator, deputado Alfredo Gaspar (União-AL). O senador Izalci Lucas (PL-DF) classificou a presença do lobista como “medida inarredável e de urgência”.
Segundo o senador, relatórios de inteligência financeira apontam movimentação “atípica e colossal” de recursos, incompatível com atividades lícitas declaradas. O documento afirma que Antunes ocupa posição central no funcionamento do esquema.
O relator da CPMI do INSS celebrou a prisão do Careca do INSS.
“A primeira vitória”
Gaspar afirmou que a medida representa “a primeira vitória” da CPMI. “Há pouco mais de uma semana pedi a prisão do Careca do INSS e de Maurício Camisotti. Muitos criticaram, dizendo que era cedo. Mas o povo estava sendo roubado em todo o Brasil enquanto eles seguiam impunes”, disse.
Segundo o deputado, as prisões marcam apenas o início da responsabilização dos acusados. “Existiam pressupostos suficientes para essa prisão e agora foi feita justiça. Vamos até o fim, porque ninguém aguenta mais tanta impunidade”, declarou.
Nesta semana, os parlamentares conseguiram aprovar as quebras de sigilo bancário e fiscal do Careca do INSS, entre outros integrantes do esquema de roubo de aposentadorias.
A devassa será entre janeiro de 2022 e julho de 2025 e inclui todas as contas de depósitos, de poupança, de investimento e de outros bens, direitos e valores, inclusive mobiliários, assim como das operações com cartão de crédito.
Já no caso dos dados fiscais, os integrantes da CPMI, querem as declarações de Imposto de Renda, entre janeiro de 2022 e julho de 2025, acompanhadas de dossiê integrado com amparo, no que couber, em diferentes bases de dados que o senador indica.
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