O direito dos judeus à autodeterminação
Depois do ataque terrorista contra civis israelenses, a onda de ódio contra judeus voltou à tona com russos invadindo a pista de um aeroporto no Daguestão para tentar impedir a chegada de um voo vindo de Israel. Sobre esse assunto, Crusoé conversou com Karina Stange Calandrin, pesquisadora do Instituto Brasil-Israel e do Instituto de Relações...
Depois do ataque terrorista contra civis israelenses, a onda de ódio contra judeus voltou à tona com russos invadindo a pista de um aeroporto no Daguestão para tentar impedir a chegada de um voo vindo de Israel. Sobre esse assunto, Crusoé conversou com Karina Stange Calandrin, pesquisadora do Instituto Brasil-Israel e do Instituto de Relações Internacionais da Universidade de São Paulo (IRI-USP). Uma das coisas que a preocupam é que essa onda antissemita está ganhando espaço nos campos ditos progressistas e de defensores de minorias.
Abaixo, trechos da conversa:
Há quem tente dividir o que seria antissemitismo de uma crítica ao Estado de Israel. O que a sra. acha disso?
Existe, claro, a crítica ao Estado de Israel, e entendo que esse é um assunto que apareceu muito nas redes sociais. Mas falta o mínimo raciocínio lógico nessa questão .Quando se critica o governo de qualquer país, não está se criticando os seus cidadãos. O problema se torna antissemitismo quando a crítica ao Estado de Israel não é sobre o governo de Benjamin Netanyahu ou sobre seus ministros. É uma crítica à própria legitimidade do Estado de existir, a crítica de que os judeus não são um povo, de que todos os países do mundo podem existir e se autodeterminar, menos o povo judeu.
De onde vem a base desse sentimento antissemita?
Toda a construção de Israel foi um movimento legítimo e nacionalista que surgiu no século 19, dos judeus querendo sua autodeterminação. Para os seus críticos, contudo, tratou-se de um plano maléfico arquitetado para destruir o Estado Palestino — que nem existia. Essa história de complô judaico, que os judeus controlam o mundo e o dinheiro do mundo está na base do antissemitismo, que advém dos Protocolos dos Sábios de Sião, do século 19.
O que pode ser apontado como diferente nesse momento?
Não é uma novidade esse tipo de discurso. O mais preocupante é que isso seja replicado pelos ditos defensores de direitos humanos e pela autodeterminação dos povos. Eles só acreditam na autodeterminação com vírgulas, apenas de alguns povos. É comum ainda ouvir um argumento de demérito ao povo judeu, acusando seus membros de serem europeus. Esse tipo de atitude torna invisíveis alguns grupos, como judeus mizraimas e iemenitas, que não são europeus e acabam sendo ignorados por esses que se dizem defensores de grupos minoritários e de minorias não ocidentais.
Leia na CRUSOÉ: Por que não se pode dar o que os terroristas pedem
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Comentários (1)
Odete6
2023-11-01 18:39:45ISRAEL tem q retirar os CIVÍS da amaldiçoada faixa de gaza, varrer e detonar completamente aquele enclave-inclave-encravado-quintalzinho do mapa, tomar posse, anexá-lo definitivamente ao seu território, reconstruir e receber de volta os palestinos mas, sob sua administração, tornando o local próspero, civilizado, tecnológico, evoluído, desenvolvido e livre do atraso, p/ uma vida feliz e em paz p/ ISRAELENSES E PALESTINOS. Pergunte-se aos PALESTINOS se ñ é o q sonhariam p/ as suas novas gerações!