Noruega rasga dinheiro com o Brasil na COP30
País nórdico pena para encontrar um lugar para botar seus petrodólares
Com uma população menor que a da cidade do Rio de Janeiro e a nona maior produção de petróleo do mundo, a Noruega pena para encontrar lugar para enfiar seus petrodólares.
O país nórdico já tinha colocado 1,2 bilhão de dólares no Fundo Amazônia, para financiar projetos sustentáveis na região.
Na quinta, 6, a Noruega anunciou mais 3 bilhões de dólares para o Fundo Florestas Tropicais para Sempre, o TFFF.
Não é qualquer país que pode se dar ao luxo de rasgar dinheiro com aventuras que podem dar em nada.
TFFF
A ideia lançada pelo governo Lula na COP28, em Dubai é investir a grana arrecadada em mercados de dívida dos países com florestas tropicais e em mercados emergentes.
O rendimento seria usado para pagar os países que mantêm as floresta em pé.
Mas há vários riscos envolvidos.
Em primeiro lugar, o risco financeiro.
O TFFF prometerá aos países e organizações um pagamento que poderá não acontecer, caso o fundo não tenha o rendimento esperado.
Se um país ou entidade que preservou a floresta não receber nada em troca, o fundo ficará desacreditado.
Pior: a sensação será de que os países estarão livres para desmatar, já que foram enganados com promessas vazias.
O TFFF ainda soa como dinheiro caindo do céu, sem incentivar melhores práticas para preservar o meio ambiente.
Basta não desmatar para o dinheiro pingar na conta.
Seletividade
Decidir quais países poderão receber os dividendos e quanto cada um vai levar não será uma tarefa fácil.
As taxas de desmatamento oscilam de acordo com vários fatores, como a adoção de novas tecnologias, o comportamento da economia, mudanças de mercados globais e alterações climáticas.
Premiar um país e não outro será uma tarefa discricionária, que estará sujeita a críticas.
Mas a coisa ficará ainda mais complicada porque, do total que será repassado a esses países, 20% terá de ser destinado a comunidades tradicionais e povos indígenas.
O poder de selecionar quais comunidades ou povos indígenas serão premiados ficará na mão de alguns poucos, lotados nos governos dos países beneficiados.
O risco de desvios, favorecimentos e erros será gigantesco.
Sorte de quem é norueguês e pode assinar um cheque de bilhões de dólares, sem ver o que vai levar em troca.
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