"Nem um passo para trás", diz Petro após sanções dos EUA
Presidente colombiano diz combater o narcotráfico, mas pesquisa indica aumento na produção de cocaína
O presidente da Colômbia, Gustavo Petro (foto), reagiu após ser alvo de sanções impostas pelos Estados Unidos por envolvimento no comércio "global de drogas ilícitas".
Em postagem no X, Petro culpou o senador Bernie Moreno pela articulação junto ao governo Trump e prometeu não recuar.
"De fato, a ameaça de Bernie Moreno foi cumprida; minha esposa, meus filhos e eu entramos na lista do OFAC. Meu advogado de defesa será Dany Kovalik, dos EUA. O combate efetivo ao narcotráfico há décadas me traz esta medida do governo da sociedade que tanto ajudamos a acabar com o uso de cocaína. Um grande paradoxo, mas nem um passo para trás e nunca de joelhos", afirmou.
Além de Petro, a primeira-dama Verónica del Socorro Alcocer Garcia, o filho mais velho, Nicolas Petro, e o ministro do Interior, Armando Benedetti foram alvos das sanções.
Aumento na produção
A narrativa de Petro de combate ao narcotráfico contrasta com pesquisas oficiais.
Dados do Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (UNODC) revelam que o cultivo de coca na Colômbia aumentou 10% em 2023, justamente o ano em que o colombiano assumiu o governo.
O crescimento representou um aumento potencial de 53% na produção de cocaína em relação a 2022.
"Em contraste com os aumentos em 2021 e 2022, que se concentraram fortemente no departamento de Putomayo, o crescimento em 2023 foi mais amplamente distribuído, com o cultivo aumentando em 16 dos 19 departamentos produtores de coca. Os departamentos de Cauca e Nariño respondem por 50% da expansão das áreas cultivadas em comparação com 2022."
A pesquisa da ONU apontou que os grupos criminosos continuam fortemente envolvidos no mercado da cocaína.
“Exportador mundial de cocaína”
A nota do Departamento Tesouro classifica a Colômbia como “maior produtor e exportador mundial” de cocaína.
Segundo o governo dos EUA, a droga é comprada por cartéis mexicanos, que a contrabandeiam pela fronteira sul dos EUA.
“É uma substância controlada que representa uma ameaça significativa para os Estados Unidos, apesar da recente comparação leviana feita por Gustavo Petro entre o uso da droga e o uísque.”
O comunicado descreve Petro como “ex-guerrilheiro eleito presidente da Colômbia em 2022”, que teria fornecido benefícios a organizações narcoterroristas por meio de seu plano de “paz total”, entre outras políticas, resultando em níveis recordes de cultivo de coca e produção de cocaína.
Além disso, o governo americano acusa o colombiano de se alinhar ao regime venezuelano de Nicolás Maduro e ao Cartel de Los Soles.
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