Nem Lula aguenta ir para Belém
No momento mais sensível das negociações climáticas da COP30, presidente brasileiro chega a Joanesburgo, na África do Sul
A Conferência das Partes para o Clima da ONU, COP30, que acontece em Belém, estava marcada para acabar nesta sexta, 21.
Mas um incêndio em um dos pavilhões acabou atrapalhando as negociações, que podem se estender por mais alguns dias.
Trinta países ameaçam não assinar o documento final apresentado pelo Brasil, pois o texto omite qualquer referência ao abandono dos combustíveis fósseis, como o petróleo.
A COP30 caminha para ser um enorme fracasso diplomático.
E onde está o presidente Lula?
Na África do Sul. Em Joanesburgo, onde irá acontecer uma reunião da Cúpula do G20.
Os dançarinos na foto desta matéria não são índios amazônicos, mas artistas sul-africanos.
Depois que o chanceler alemão Friedrich Merz afirmou que a Alemanha é mais bonita que Belém em uma conversa com jornalistas alemães, Lula fez loas a Belém, capital do Pará.
"O primeiro-ministro da Alemanha esses dias se queixou: 'Ah, eu fui no Pará mas eu votei logo porque eu gosto mesmo é de Berlim'. Ele, na verdade, devia ter ido num boteco no Pará. Ele, na verdade, deveria ter dançado no Pará. Ele, na verdade, deveria ter provado a culinária do Pará. Porque ele ia perceber que o Berlim não oferece para ele 10% da qualidade que oferece o estado do Pará, a cidade de Belém. Então companheiros e companheiros e eu falava toda hora: 'Coma a maniçoba, porra'", afirmou Lula.
Mas basta ver o itinerário de Lula nos últimos dias para constatar que ele preferiu passar longe de Belém nos últimos dias.
E isso mesmo apesar de sucessivas declarações emotivas dizendo que a questão climática é urgente e necessária.
No primeiro fim de semana da COP30, Lula foi para Santa Marta, na Colômbia.
Depois, foi para Brasília e para a divisa entre Tocantins e Pará, para inaugurar uma ponte.
No domingo, 20, ele esteve no Salão do Automóvel, em São Paulo.
Não são somente os estrangeiros que não têm vontade de ir para Belém comer maniçoba.
São os brasileiros, como Lula.
"Belém não aparece entre os destinos mais visitados do Brasil. Nunca figura no top 10, top 20, nem top 30. Em 2023 ficou em 33º lugar entre os destinos mais procurados durante a pandemia. Em 2025, só entrou em alguma lista relevante porque virou “destino emergente” em virtude da COP, num pico artificial que precisará ser testado nos dados de 2026. A verdade é que os brasileiros não elegem Belém como destino turístico", escreve Izabela Patriota, em seu artigo na Crusoé desta semana.
Leia em Crusoé: O Brazil não conhece o Brasil
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