Não parece, mas Genial/Quaest é desastrosa para Lula
"As pessoas responsabilizam Lula pela crise e a percepção da economia está na lona", diz Leonardo Barreto

Pesquisa Genial/Quaest divulgada nesta quarta, 16, apontou um ligeiro aumento da aprovação do governo Lula, de 40% em março para 43% em julho. A desaprovação caiu de 57% para 53% no mesmo período.
A melhora no cenário pode ser explicada pela reação presidencial ao tarifaço de Donald Trump.
Mas outros dados da mesma pesquisa mostram que a situação não está nada fácil para o governo.
"Essa pesquisa é muito ruim para o governo", diz o cientista político Leonardo Barreto, colunista de Crusoé e sócio da ThinkPolicy.
Quase 80% dos que responderam acham que as tarifas aos produtos brasileiros prejudicariam sua vida.
Além disso, pela primeira vez, os brasileiros estão mais pessimistas que otimistas em relação ao futuro da economia.
Em julho, 43% disseram que a economia tende a piorar nos próximos doze meses. Outros 35% afirmaram que irá melhorar.
Em maio, o dado era invertido: 45% estavam otimistas e 30%, pessimistas.
O desânimo é geral: 56% acham que está mais difícil conseguir emprego hoje que há um ano; 80% pensam que o poder de compra do brasileiro piorou em um ano.
Lula e os bolsonaristas estão disputando entre si quem deve ser responsabilizado se as tarifas vierem mesmo a ser implementadas. Mas os eleitores tendem a culpar o governo federal quando percebem uma piora na condição de vida.
Segundo a Genial/Quaest, cerca de 26% dos entrevistados atribuem o anúncio de tarifas por parte de Trump às falas de Lula durante encontro dos Brics. "Esse dado é horroroso para o governo. Lula é visto como a pessoa que provocou uma crise, a qual 80% dos brasileiros acham que será ruim", diz Barreto.
Na direção contrária
As estratégias adotadas pelo governo petista sob a orientação de Sidônio Palmeira, ministro da Secretaria de Comunicação do governo (Secom), foram reprovadas pela população:
- 53% dos brasileiros são contra o discurso lulista que coloca ricos contra pobres, por achar que cria mais briga e polarização no país.
- 79% acreditam que o conflito entre o governo e o Congresso mais atrapalha que ajuda o país.
- 59% dos brasileiros não se sentem representados pela nova agenda do governo.
"Em resumo: houve uma melhora tímida na aprovação, mas que continua em seus piores patamares. As pessoas responsabilizam Lula pela crise. A percepção da economia está na lona e, pela primeira vez, os eleitores estão mais pessimistas do que otimistas. Por fim, os brasileiros desaprovam a dinâmica de polarização, que é a base da comunicação do Sidônio Palmeira, ministro da Secretaria de Comunicação do governo", diz Leonardo Barreto.
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