Na Câmara, AGU defende voto distrital para inibir crimes e baratear campanhas
O advogado-geral da União, José Levi (foto), foi convidado nesta semana para uma audiência com o grupo de trabalho da Câmara criado por Arthur Lira para promover a reforma eleitoral. Durante a audiência, o ministro da AGU defendeu a adoção do sistema de voto distrital como forma de tornar as campanhas mais baratas e inibir...
O advogado-geral da União, José Levi (foto), foi convidado nesta semana para uma audiência com o grupo de trabalho da Câmara criado por Arthur Lira para promover a reforma eleitoral. Durante a audiência, o ministro da AGU defendeu a adoção do sistema de voto distrital como forma de tornar as campanhas mais baratas e inibir crimes, como a compra de votos e o abuso de poder econômico.
Com a implantação do modelo defendido pelo advogado-geral, as eleições para deputados federais e estaduais aconteceria em distritos, que seriam delimitados de acordo com o tamanho de suas respectivas cidades, onde o candidato mais votado ficaria com a vaga. "É um sistema majoritário onde o candidato concorre em um distrito, que poderá ser uma cidade, o conjunto de duas ou três cidades pequenas, ou, eventualmente, um bairro de uma grande cidade", explica Levi.
A proposta, porém, não tem adesão do Centrão. A maioria dos integrantes do bloco fisiológico advoga em favor do chamado "distritão" – modelo pelo qual os candidatos a deputado mais votados nos estados são eleitos. "Eu também advogo igual ao senhor, só que pelo distritão", afirmou o deputado Jhonathan de Jesus, do Republicanos de Roraima, presidente do grupo de trabalho da reforma eleitoral. O parlamentar foi o segundo mais votado em seu estado nas eleições de 2018.
Hoje, deputados são eleitos por meio de sistema proporcional, em que os candidatos dos partidos mais votados nos estados que tiverem recebido mais votos individualmente ficam com as vagas na Câmara e nas assembleias legislativas.
Apesar de o tema já ter entrado em pauta, a Câmara ainda irá criar uma comissão específica para debater possíveis mudanças no sistema de escolha dos parlamentares. O colegiado também discutirá uma proposta de emenda à Constituição que tratará da volta das coligações partidárias.
Por enquanto, a prioridade do presidente da Câmara, Arthur Lira, e do Centrão é aprovar mudanças na legislação que envolve crimes eleitorais.
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Comentários (10)
ELENIR
2021-03-22 13:22:30Libertando as asinhas.... querendo aparecer até setembro. Se candidata Sr Levi
SERGIO
2021-03-22 12:52:11No que depender dos políticos nunca vai sair nenhum avanço na legislação eleitoral. E, se sair, o Supremo entra em cena para anular tudo e manter o status quo.
Cleusa
2021-03-22 07:18:50Esperar que a política melhore, sendo decidido pelos próprios políticos, só vai melhorar para eles mesmos.
Roberto
2021-03-21 19:44:54Acredito que apenas estão arreando o cavalo para poderem emplacar o voto por cédulas e sepultar às urnas eletrônicas.
LSB
2021-03-21 14:37:01Um dia a gente “põe para correr” o centrão. Melhor que seja por meio do voto distrital.
Marcelo
2021-03-21 13:29:34Não é excelente, mas seria infinitamente melhor que o nosso sistema atual. Os EUA tem voto distrital para os seus deputados. É mais um motivo porque eles estão melhores que nós.
Vimar Maddarena
2021-03-21 12:15:14O que é que pode mudar no Sistema eleitoral, com um Presidente e seus comparsas envolvidos em falcatruas? Bem, todos sabemos. Enquanto a população continuar a eleger bandidos nada mudará.
Alberto
2021-03-21 11:45:45Não sou otimista quanto ao que sai do forno da Câmara e do Senado que não seja pizza. Ali impera o corporativismo. Olham para o próprio umbigo. Não há espírito público.Só interesses políticos partidários que visam o poder.
Jose
2021-03-21 09:37:08O José Levi está certo. Está é a melhor forma de eleger os deputeiros. Cria mais bíbulos entre o parlamentar e a população local, aumenta a transparência e, como dizem os americanos, accountability.
Takaiuki
2021-03-21 03:34:09É o melhor sistema porque o povo tem como cobrar e vigiar o trabalho que está sendo feito e gravar o nome do eleito aprovando ou não para próximas eleições