Mourão fala em intervenção na Vale, sem saber se é possível
O presidente em exercício Hamilton Mourão afirmou nesta segunda-feira, 28, que o gabinete de crise do governo estuda a possibilidade de a diretoria da Vale ser afastada durante as investigações sobre as causas do rompimento de uma barreira da mineradora em Brumadinho (foto). O acidente provocou ao menos 60 mortes. A declaração foi feita quando o Mourão deixava...
O presidente em exercício Hamilton Mourão afirmou nesta segunda-feira, 28, que o gabinete de crise do governo estuda a possibilidade de a diretoria da Vale ser afastada durante as investigações sobre as causas do rompimento de uma barreira da mineradora em Brumadinho (foto). O acidente provocou ao menos 60 mortes.
A declaração foi feita quando o Mourão deixava o Palácio do Planalto. Mas ele mesmo reconheceu em seguida não saber se o grupo pode recomendar ou determinar o afastamento. "Tenho que estudar, não tenho certeza", ressalvou.
O gabinete de crise montado para acompanhar as consequências do acidente se reuniu durante a manhã. Participaram o chefe da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, o ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Gustavo Bebianno, o ministro da Secretaria de Governo, general Santos Cruz, o ministro do Desenvolvimento Regional, Gustavo Canuto, o ministro de Minas e Energia, almirante Bento Costa Lima, e o ministro da Defesa, Fernando Azevedo.
O advogado Sérgio Bermudes, contratado para a defesa da empresa, já havia afirmado que não há amparo legal para se decretar a intervenção na Vale. Ele acrescentou que a Vale não vê responsabilidade da empresa no acidente e atribui o desastre a um "caso fortuito", cujas causas ainda estão sendo apuradas.
Bermudes afirmou ao Estadão que "não há fundamento" na afirmação da procuradora-geral da República, Raquel Dodge, de que a empresa e seus executivos devem ser responsabilizados pela tragédia. "A Vale tem todo o interesse em apurar a existência de crime, embora não haja nenhum elemento apontando nesse sentido", afirmou.
O advogado também criticou o senador Renan Calheiros, provável candidato à presidência do Senado que, neste domingo, 27, defendeu pelo Twitter que a diretoria da Vale fosse afastada. "É uma declaração leviana que, na aparência, parece que quer tirar dividendos políticos do sofrimento causado pelo fato", criticou.
A Vale já pediu à Justiça de Minas Gerais o pedido de reconsideração das decisões que bloquearam 11 bilhões de reais para garantir a compensação pelo desastre.
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Comentários (10)
ASTERIO
2019-01-29 11:53:06A INTERVENÇÃO NA VALE, PROPOSTA POR MOURÃO, PODE SER FEITA POR PRESSÃO NOS FUNDOS DE PENSÕES DAS ESTATAIS QUE SÃO OS DONOS.
ASTERIO
2019-01-29 11:52:23A INTERVENÇÃO NA VALE, PROPOSTA POR MOURÃO, PODE SER FEITA POR PRESSÃO NOS FUNDOS DE PENSÕES DAS ESTATAIS QUE SÃO OS DONOS.
JOSE
2019-01-28 23:07:30Reincidência.Quantas barreiras mais precisam causar mortes para que a empresa seja punida.Tem que indenizar as famílias e reconstruir a cidade sim.Tem que intervir sim.E mudar os acionistas que tem na sua constituição os fundos de pensão da Caixa e do Banco do Brasil.
Ricardo
2019-01-28 21:54:02Estranho, para dizer o mínimo, a reação à manifestação de Mourao. Qq órgão ao receber Concessão pública é sempre vigiado. Está na Constituição Federal! Nao precisa se confirmar atos de negligencia, imperícia ou imprudência para ser cassada a Concessao. E Esta pertence à União. A verificação de qualquer ato inadequado da concessionaria é formalidade. Mourao é sábio. Mas ha nuvens escuras no ar, pra começar o governador recusou apoio da forca militar e pôs um petista no meio ambiente. PQ?
Caio
2019-01-28 17:47:56Atrair responsabilidade pro Estado e liberar a vale de seus deveres? Não sei se é uma boa ideia ..... além do que pode ser uma trágica sinalização econômica. O mais eficiente é não se meter na empresa mas sim a União ajuizar uma ACP para fazer perícias judiaais em todas as barragens. Mil vezes mais eficiente e respeitando a autonomia privada.
Marcio
2019-01-28 16:54:30As barragens são projetadas e construídas de acordo com as normas técnicas vigentes e adequadas para cada caso; são seguras em todas as partes do mundo, que seguem estritamente todas as diretrizes de manutenção e conservação. O que não se pode admitir são as interferências políticas de governantes incompetentes e de nomeações com objetivos espúrios e condenáveis. Os desastres ambientais e mortais, ocorridos em duas barragens de uma mesma companhia, devastam a credibilidade e confiança de todos.
Delcinir
2019-01-28 16:48:20Eita bundão, esse conversa por lá..........
Marcello
2019-01-28 16:30:04Só não vejo o Mourão intervir a favor do Presidente.
Roberto
2019-01-28 15:59:21Já não se faz advogados como antigamente Veja os do Alilula Babá e dos 10.000.000 de corruPTos
1984
2019-01-28 15:46:13Essa tática é mais velha que Matusalém, embaralha tudo, parte ao meio, tiro meu cascalho ( honorário ) elameado, e recomeca o jogo. Aos perdedores , vítimas , assemelhados, uma banana.