Milhares saem às ruas na Colômbia em apoio a Álvaro Uribe
Condenação do ex-presidente à prisão domiciliar gera críticas ao sistema judicial colombiano

Milhares de apoiadores de Álvaro Uribe, condenado a 12 anos de prisão domiciliar, saíram às ruas da Colômbia em apoio ao ex-presidente nesta quinta, 7.
Os protestos foram registrados nas ruas de Medellín, Cartagena, Bogotá e em diversas cidades do país.
Os manifestantes, vestidos de roupas brancas, denunciam uma suposta "manipulação da justiça" para condenar Uribe.
Eles carregam faixas e cartazes em sua defesa.
"Uribe é o nosso símbolo, mas a Colômbia é a nossa causa", escreveu Abelardo De La Espriella, pré-candidato à presidência.
Algumas manifestantes usavam fantasias satíricas com símbolos do Judiciário associados às Farc.
Uribe comandou a Colômbia entre 2002 e 2010.
Culpado
O ex-presidente foi condenado, em 1º de agosto, a 12 anos de prisão domiciliar após ser considerado culpado por manipulação de testemunhas.
A sentença marcou a primeira vez na história do país em que um ex-presidente é condenado por um crime.
Na decisão, a juíza Sandra Liliana Heredia Arana afirmou que o ex-presidente teria oferecido – por meio de advogados – benefícios a testemunhas em troca de depoimentos favoráveis.
“A primeira propina em um processo criminal, em termos da materialidade da conduta punível, foi comprovada”, afirmou a magistrada.
Durante o julgamento, Uribe disse sentir uma “dor na alma” por ser o primeiro ex-presidente do país a ter que se defender na Justiça e afirmou ser vítima de “conspiração idealizada por juízes e opositores que usaram interceptações [telefônicas] ilegais” para obter provas contra ele.
Histórico do caso
O caso teve origem em 2012, quando o próprio Uribe acusou o senador Iván Cepeda de obter um falso testemunho contra ele sobre as origens do paramilitarismo em Antioquia.
No entanto, a coleta de provas alterou o curso do caso e apontou para uma estratégia de manipulação de testemunhas, o que levou Cepeda de acusado à vítima e o próprio Uribe a ser investigado.
Em 2018, a Corte Suprema da Colômbia abriu uma investigação sobre o ex-presidente.
Em 2020, Uribe foi colocado em prisão domiciliar por ordem da Suprema Corte e renunciou ao Senado. O caso foi arquivado pela Procuradoria-Geral, contudo, três anos depois, um juiz reabriu o processo.
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