Meninas cristãs são sequestradas em escola na Nigéria, diz ONG
Criminosos invadiram colégio em Kebbi; Raptos viraram negócio lucrativo no país
Um grupo de meninas cristãs de uma escola em Kebbi, na Nigéria, foi sequestrado por criminosos na madrugada de segunda, 17.
Segundo a ONG Portas Abertas, as estudantes da Government Girls Comprehensive Secondary School foram raptadas enquanto dormiam.
A polícia nigeriana confirmou a ação:
"Um grupo de criminosos invadiu a escola, disparando aletoriamente com armas sofisticadas. As unidades táticas da polícia entraram em confronto armado, mas o muro já havia pulado o muro e sequestrado 25 estudantes", diz a nota.
As famílias ainda não sabem para onde as meninas foram levadas, e a motivação do ataque permanece desconhecida.
Sequestro virou negócio
Os raptos se tornaram um negócio lucrativo na Nigéria, usados como forma de extorquir e empobrecer comunidades locais.
A Portas Abertas relata aumento expressivo nos sequestros na região noroeste do país.
Alguns cristãos costumam receber pedidos de resgate mais altos.
Para pagar, muitas famílias são obrigadas a vender suas terras.
Jihadistas
A violência de grupos jihadistas contra cristãos na Nigéria cresceu durante o governo do ex-presidente Muhammadu Buhari.
Organizações terroristas como o Boko Haram, no norte do país, e o Estado Islâmico da Província da África Ocidental (ISWAP, na sigla em inglês), perseguem os fiéis em diversas regiões do país.
Os ataques são facilitados devido à ineficácia das ações governamentais contra os grupos criminosos.
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, denunciou o massacre que vem sendo realizado por jihadistas e pela milícia étnica fulani contra cristãos na Nigéria.
Sharia
No norte do país, os cristãos vivem sob a sharia, a lei islâmica que estabelece regras rígidas e restritivas.
“Eles mataram muitos do nosso povo, incluindo muitos da família do meu marido. Por causa do caos, estávamos apenas correndo sem rumo”, disse a Imma, sobrevivente de um massacre em Benue, à ONG Portas Abertas.
Mas a violência se espalhou para o meio e até para o sul da Nigéria.
A ONG conta que mulheres são sequestradas e alvos de violência sexual.
“Acho que eles querem nos converter à força ao islã, mas como não estamos fazendo isso, continuam nos atacando até que talvez percamos a fé”, afirmou outro cristão perseguido.
Refugiados
O relatório da Portas Abertas indica que mais de 100 mil nigerianos foram forçados a fugir para outras regiões do país.
Outros países como Mianmar, Burkina Faso, República Democrática do Congo e Índia, juntos, totalizam quase 70 mil casos, representando cerca de 38% do total.
África Subsaariana
No total, mais de 16 milhões de cristãos foram expulsos de suas casas em países da África Subsaariana.
A perseguição jihadista também atinge cidadãos de Burkina Faso, onde mais de 4 mil cristãos foram mortos desde 2023.
Segundo a ONG, vilas inteiras já foram destruídas, mulheres são vítimas de abusos sexuais e meninos são obrigados a se a se alistar no exército jihadista.
Leia mais: Nigéria registra aumento de ataques jihadistas contra cristãos
Os comentários não representam a opinião do site; a responsabilidade pelo conteúdo postado é do autor da mensagem.
Comentários (0)