Quase metade dos deputados federais se dizem de direita
A notícia ruim para Bolsonaro é que 65% dos deputados ouvidos pela Genial/Quaest não acreditam em impeachment de ministro do STF no futuro

Inelegível até 2030 e alvo de julgamento por tentativa de golpe de Estado, o ex-presidente Jair Bolsonaro tem pedido aos apoiadores para lhe darem 50% da Câmara e 50% do Senado na eleição de 2026. Pesquisa Genial/Quaest publicada nesta quarta-feira, 2 de julho, indica terreno fértil na Câmara.
Segundo o levantamento, que ouviu 203 deputados federais (40% dos 513) de 7 de maio a 30 de junho, 45% dos parlamentares da Câmara se consideram de direita, o campo político reivindicado por Bolsonaro. Outros 21% se disseram de esquerda e 25%, de centro.
A margem de erro da pesquisa é de 4,5 pontos percentuais, e a confiabilidade, de 95%.
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Impeachment no STF?
A notícia ruim para Bolsonaro é que 65% dos deputados ouvidos não acreditam que o Congresso Nacional deve aprovar o impeachment de um ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) no futuro. Apenas 22% acreditam que sim, e 13% não responderam.
Os responsáveis por tocar um inédito processo de impeachment de ministro do STF são os senadores, mas a percepção dos deputados sobre o assunto é relevante.
O interesse de Bolsonaro em conseguir mais da metade do Senado na eleição de 2026 envolve a perspectiva de ameaçar o Supremo com a possibilidade de um impedimento.
Como mostrou Crusoé, bastaria aos bolsonaristas repetir o desempenho da eleição de 2022, quando eles elegeram 14 dos 27 senadores, para conseguir mais da metade do Senado em 2026.
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O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) já disse que uma anistia ao pai também deveria envolver Alexandre de Moraes, mas o ministro do STF só teria algo a perder — e, portanto, a barganhar — se seu cargo estivesse em risco.
Competências
Não é o que indica a pesquisa Genial/Quaest desta quarta-feira, apesar do claro incômodo dos deputados com a forma como o STF tem se comportado. Para 49% dos parlamentares ouvidos, o Supremo "sempre" invade as competências do Congresso.
Para 28%, os ministros do STF invadem as competências do parlamento "às vezes", e apenas 12% escolheram a opção "raramente", e 5%, "nunca".
Mesmo com tanto incômodo, a maioria dos deputados de oposição (51%) não aposta em impeachment de ministro do STF. No caso dos deputados independentes, 68% não acreditam num impedimento no Supremo, assim como 94% dos governistas.
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