Lulinha e Gamecorp: as pistas que levaram a Lava Jato a um negócio de R$ 132 milhões
O filho do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Fábio Luís Lula da Silva, o Lulinha, é o principal nome na mira da 69ª fase da Operação Lava Jato realizada na manhã desta terça-feira, 10. A nova investida da força-tarefa de Curitiba abre as portas da operação para o setor de telecomunicações e deve expor...
O filho do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Fábio Luís Lula da Silva, o Lulinha, é o principal nome na mira da 69ª fase da Operação Lava Jato realizada na manhã desta terça-feira, 10. A nova investida da força-tarefa de Curitiba abre as portas da operação para o setor de telecomunicações e deve expor os bastidores da fusão da Oi com a Brasil Telecom, e das relações das empresas do setor com o poder público durante os governos petistas.
Uma das provas colhidas ao longo da investigação é um e-mail recebido por Lulinha, em que o balanço de 12 meses da Gamecorpo vem com a ressalva de que teriam sido “expurgados os números da Brasil Telecom [grupo Oi] que por ser uma verba política poderia distorcer os resultados”. Outro e-mail, cujo destinatário era um diretor da Oi/Telemar, lembra que um repasse de 900 mil reais para a Gamecorp saiu da conta corporativa da presidência do grupo de telecomunicação e teria como objeto “assessoria jurídica”. Para o investigadores, a contratação não tem relação com o serviço prestado pela Gamecorp.
Foram reunidas provas que reforçaram a suspeita sobre os repasses recebidos por Lulinha. A PF descobriu que a contratação da Gamecorp pela Oi foi feita sem cotação de preço com outros fornecedores e que os valores pagos são muito acima dos praticados no mercado. Em alguns casos, ainda, o serviço sequer foi prestado pela empresa do filho de Lula.
Os investigadores também descobriram que, enquanto a empresa de Lulinha recebia valores milionários, o governo comandado por Lula tomava decisões de interesse do grupo Oi/Telemar. Uma delas teria sido o decreto 6.654/2008, assinado por Lula, que permitiu a operação de aquisição da Brasil Telecom pela Oi. Outra ação do governo que teria beneficiado o grupo foi a nomeação de um conselheiro da Anatel, agência responsável por regular o setor de telecomunicações.
Embora o grupo Oi/Telemar tenha sido o responsável por 74% dos recebimentos da Gamecorp, a nova fase da Lava Jato também mira pagamentos de outra empresa do setor, a Telefônica/Vivo. A PF conseguiu mapear cerca de 40 milhões de reais da empresa Movile Internet Móvel, integrante do grupo, para a Editora Gol, pertencente a Jonas Suassuna, sócio de Lulinha. Os pagamentos estariam relacionados a um projeto chamado "Nuvem de Livros". Suassuna é um dos proprietários, no papel, do famoso sítio de Atibaia — Lula já foi condenado por ter recebido, de empreiteiras, benfeitorias na propriedade, que ele passou a ocupar depois de deixar o Planalto.
A ação de hoje foi batizada de Mapa da Mina e teve origem na Aletheia, a 24ª fase da Lava Jato que, em março de 2016, realizou a condução coercitiva de Lula. O primogênito do petista é suspeito de participar de um esquema de corrupção, lavagem de dinheiro e tráfico de influência.
À época da condução coercitiva do pai, Lulinha já estava na mira dos investigadores por causa dos repasses de empresas de telecomunicação para a Gamecorp. A Oi/Telemar repassou 132 milhões de reais para a empresa que tem o filho do petista como sócio. Segundo o Ministério Público Federal, os pagamentos não possuem uma “justificativa econômica plausível”.
A Gamecorp tem como sócios, além de Lulinha e da própria Telemar, Kalil e Fernando Bittar, filhos de Jacob Bittar, amigo pessoal de Lula, e Jonas Suassuna. Com base nessas informações, a Polícia Federal abriu um inquérito específico para investigar as relações da empresa de Lulinha com a Oi/Telemar. A apuração é conduzida pelo delegado Dante Pegoraro.
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Comentários (10)
Uira
2019-12-16 23:50:07Tudo o que esta explanação faz é chover no molhado. Enquanto o Brasil continuar IDOLATRANDO e FOMENTANDO a corrupção, não tem qq chance de ir a lugar algum.
Uira
2019-12-16 23:46:47Quer dizer que a melhor forma de se atuar na redução da DESIGUALDADE SOCIAL está em CAPACITAR O INDIVÍDUO, tanto tecnicamente quanto para GERAR e CRIAR RIQUEZA, pois não basta ter o CONHECIMENTO ou a HABILIDADE, é indispensável que eles gerem valor. Quem gasta suas ENERGIAS e seus ESFORÇOS para fazer algo que não tem VALOR ou UTILIDADE alguma para quem quer que seja, só desperdiça TEMPO e RECURSOS, sendo inclusive mais BARATO pagar o indivíduo para fazer nada até o limite do DESPERDÍCIO.
Uira
2019-12-16 23:42:18Se o POBRE aprender a pescar, então ele automaticamente não precisa mais de ESMOLA e FAVORES. Quer dizer que não deve haver PROGRAMAS DE DISTRIBUIÇÃO DE RENDA? Não, quer dizer que ESTADO e MERCADO são coisas diferentes. Quer dizer que DISTRIBUIR RENDA não dá o DIREITO DE ROUBAR. Quer dizer que DISTRIBUIR RENDA em uma SOCIEDADE que conta com MERCADOS EFICIENTES têm um custo que deveria ser compensado com a capacitação dos BENEFICIÁRIOS.
Uira
2019-12-16 23:38:57Desta forma os RECURSOS DA SOCIEDADE, ao invés de retornarem para esta, vagam por CAMINHOS OBSCUROS até acabar no bolso dos MERCENÁRIOS DO BEM, que vivem de DEFENDER OS POBRES e os VULNERÁVEIS. O POBRE é a matéria-prima mais essencial da MÁQUINA DA CORRUPÇÃO, pq sem eles o CORRUPTO não pode se instalar na MÁQUINA PÚBLICA para VENDER as suas "BENEVOLÊNCIAS" e sangrar esta. É assim que o sujeito nunca sai da ABA DO ESTADO, pois os CORRUPTOS não deixam.
Uira
2019-12-16 23:34:57Inclusive, a corrupção OBRIGATORIAMENTE implica na formação de MONOPÓLIOS ESTATAIS e PRIVADOS. Do lado do ESTADO, os CORRUPTOS precisam garantir POLOS DE "INVESTIMENTO" e GASTOS PÚBLICOS (ou seja, OBRAS e ESTATAIS), enquanto que do lado do MERCADO eles precisam criar MONOPÓLIOS ou OLIGOPÓLIOS PRIVADOS servir de mecanismo de transmissão dos RECURSOS ESTATAIS para seus bolsos. Assim, o ESTADO tira os recursos da SOCIEDADE, "INVESTE" estes em OBRAS e ESTATAIS que REMUNERAM os AMIGÕES DO PODER.
Uira
2019-12-16 23:30:15Pois ao basicamente ELIMINAR A CONCORRÊNCIA no âmbito do MERCADO, o ESTADO influi diretamente para emperrar o PROCESSO DE FORMAÇÃO e ACUMULAÇÃO DE CAPITAL, ou seja, trava o PROCESSO DE GERAÇÃO e CRIAÇÃO DE RIQUEZA (sobretudo de criação, pois a inovação se torna praticamente impossível sem DISPONIBILIDADE DE CAPITAL, condições para ESCALAR OS NEGÓCIOS, CONCORRÊNCIA DESLEAL do ESTADO e dos CORRUPTOS, INCERTEZAS decorrentes da corrupção, fora uma série de obstáculos).
Uira
2019-12-16 23:08:21Fora o CONSUMO, os RECURSOS EVAPORADOS através da DISTRIBUIÇÃO DE RENDA não contribuem em nada para o PROCESSO DIRETO DE GERAÇÃO e CRIAÇÃO DE RIQUEZA, pois não tem papel de CAPACITAR OS INDIVÍDUOS para realizar tais funções. Além disto, sabe-se que o ESTADO especialista em EVAPORAR RIQUEZA normalmente faz isto de duas formar: DISTRIBUIÇÃO DE RENDA e CORRUPÇÃO. É assim que o MERCADO é cooptado pelo ESTADO e só faz piorar a DISTRIBUIÇÃO DISFORME DE RIQUEZA característica do primeiro.
Uira
2019-12-16 23:04:38Mas é aí que provavelmente a maior deficiência do Estado fica evidente, além de completamente inefetivo para GERAR e CRIAR RIQUEZA, ele ainda é especialista em fazê-la EVAPORAR, seja distribuindo esta de modo tão desequilibrado quanto o MERCADO, seja distribuindo esta sem que haja qq CONTRAPARTIDA em razão das DESPESAS e INVESTIMENTOS sociais, como são os PROGRAMAS DE DISTRIBUIÇÃO DE RENDA, que representam a EVAPORAÇÃO DA RIQUEZA com baixíssima CONTRIBUIÇÃO para o CICLO HIDROECONÔMICO.
Uira
2019-12-16 22:59:35Mas o MERCADO, apesar de especialista em GERAR e CRIAR RIQUEZA, não é especialista em distribuir esta uniformemente, começando por disparidades naturais e sociais. Portanto, diante de todo o exposto até aqui, deve se considerar que ESTADO e MERCADO possuem naturezas diversas e funções complementares. Se o MERCADO não é o mais talhado para distribuir uniformemente a RIQUEZA GERADA e CRIADA, então o Estado poderia auxiliar nesta função específica.
Uira
2019-12-16 22:49:28E como se sabe, a pobreza não é GRANDEZA ABSOLUTA, mas relativa, pois um sujeito só pode ser POBRE quando comparado a alguém que tem mais do que ele, ou seja, para existir um sujeito POBRE é necessário que exista um RICO. Isto implica que para haver gente RICA no seio do Estado é indispensável que haja gente POBRE no seio da sociedade. Portanto, o Estado não pode enriquecer ninguém sem deixar de empobrecer alguém, pq a especialidade dele não é GERAR RIQUEZA, mas apoderar-se desta.