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    Lula hipoteca o futuro na resposta ao tarifaço

    Governo recorre à reedição irresponsável de mecanismos emergenciais e à expansão descontrolada do crédito estatal

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    Márcio Coimbra
    6 minutos de leitura 08.08.2025 10:58 comentários 0
    Lula. Foto: Ricardo Stuckert
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    A resposta do governo Lula à imposição de tarifas por Donald Trump sobre produtos brasileiros não é apenas uma reação a uma crise comercial externa, é a revelação explícita e perigosa da cartilha populista que guia o Palácio do Planalto.

    Em vez de apostar em soluções estruturais, negociações diplomáticas robustas ou ajustes para aumentar a competitividade genuína da economia, a administração petista recorre à reedição irresponsável de mecanismos emergenciais e à expansão descontrolada do crédito estatal.

    Esse caminho, pavimentado com demagogia e miopia política, desestabiliza as contas públicas e hipoteca descaradamente o futuro do Brasil em nome da reeleição presidencial em 2026.

    Benefício emergencial

    O núcleo do plano de contingência, revelado às vésperas do chamado "Dia D" do tarifaço, espelha-se de forma alarmante no Benefício Emergencial (BEm), criado para o cenário excepcional da pandemia.

    Aplicar esse remédio de guerra a um desafio comercial estrutural é um absurdo econômico que evidencia a falta de rumo.

    Ressuscitar um programa que reduz jornadas de trabalho e transfere para os cofres públicos o pagamento de parte dos salários representa uma intervenção massiva e distorciva no mercado de trabalho.

    Tal medida não resolve o cerne do problema – a perda de competitividade gerada pelas tarifas – e apenas mascara seus efeitos imediatos com injeções insustentáveis de dinheiro público, criando uma perigosa dependência e adiando ajustes inevitáveis.

    Cortina de fumaça

    A demagogia, contudo, não se limita ao mercado de trabalho. O governo planeja lançar uma verdadeira enxurrada de novos programas sociais e ampliar outros existentes, usando o tarifaço como cortina de fumaça para justificar uma farra fiscal pré-eleitoral.

    Lula, num repentino giro tático que culminará em pronunciamento em rede nacional – estratégia alterada às pressas para maximizar impacto político –, pretende anunciar ao menos seis novos programas ou expansões.

    A lista é um catálogo de clientelismo: ampliação do Minha Casa, Minha Vida para famílias com renda de até R$ 12 mil, juros subsidiados para crédito destinado a reformas residenciais, reedição do vale-gás para 16 milhões de famílias, linhas de crédito facilitadas para motos elétricas destinadas a entregadores de aplicativos e mais auxílios direcionados aos caminhoneiros.

    O objetivo transparente é inflar artificialmente a popularidade presidencial, custe o que custar ao Erário.

    O oportunismo não se restringe ao social. O setor produtivo, ávido por benesses estatais, entrou em campo para colher seus frutos.

    Crédito direcionado

    Pleiteia, por um lado, a flexibilização das leis trabalhistas durante o período do tarifaço. Por outro, exige uma linha de crédito emergencial para permitir que exportadores honrem seus Adiantamentos de Contrato de Câmbio (ACCs), aliada a uma ampla facilitação de crédito.

    Apesar do aparente caráter paliativo, essa demanda representa uma alarmante expansão do crédito estatal direcionado, sem critérios rígidos de sustentabilidade ou foco em ganhos reais de eficiência.

    O agronegócio, setor crucial e fortemente impactado, já recebeu promessas de socorro via Plano Safra, enquanto setores como pesca, fruticultura e apicultura viram o governo anunciar compras diretas de seus estoques – uma intervenção distorciva no mercado que mascara problemas de competitividade com gasto público.

    Os pedidos se multiplicam na esteira da leniência governamental. Há pressão para ampliar o programa Acredita Exportação, que atualmente restitui 3% das receitas de exportação para micro e pequenas empresas, estendendo-o a companhias de todos os portes.

    A prioridade explícita não é fortalecer a base produtiva brasileira para enfrentar desafios globais de forma permanente, mas sim comprar paz social e apoio político no curtíssimo prazo, alimentando a máquina eleitoral do governo.

    A ânsia por intervenção estatal revela seu ápice no setor primário, em que o governo promete injetar crédito via bancos públicos para o agronegócio – medida que, sob o verniz de "socorro emergencial", ignora riscos de inadimplência e perpetua a cultura de dependência de subsídios.

    Paralelamente, anuncia a compra direta de estoques de pescado, frutas e mel, uma operação que desvia o foco do real problema: a perda de mercados externos.

    Ao transformar o Estado em comprador de última instância, o governo não só distorce os preços como enterra recursos públicos em produtos que podem apodrecer em armazéns, tudo para criar a ilusão de proteção aos produtores.

    A mudança de estratégia no anúncio das medidas – de coletiva de imprensa para solene pronunciamento em rede nacional – expõe o cálculo eleitoreiro por trás do pacote.

    Lula optou pelo tom grandiloquente após pressões de aliados, buscando capitalizar politicamente a crise como um "momento de resistência nacional".

    A encenação midiática, porém, não esconde a ausência de um plano coerente: as medidas foram costuradas às pressas, sem diálogo com setores estratégicos ou avaliação de impacto fiscal, evidenciando que o objetivo é o espetáculo, não a solução.

    Custo Brasil

    A fragilidade do pacote fica ainda mais nítida diante da omissão em reformas estruturantes. Em vez de reduzir o "Custo Brasil" que estrangula exportações, simplificar impostos ou investir em logística, o governo opta por truques contábeis e expansão de gastos.

    Até mesmo a ajuda aos caminhoneiros – grupo historicamente mobilizado em crises – repete fórmulas fracassadas de subsídios temporários, ignorando que o cerne do problema é o preço dos combustíveis e a falta de competitividade sistêmica.

    Lula escolheu, mais uma vez, o atalho fácil e perigoso do populismo. Em vez de liderar o país em um esforço necessário de modernização, aumento de eficiência, redução de custos Brasil e diversificação de mercados para enfrentar as tarifas e os desafios globais de forma estrutural, opta por queimar o futuro fiscal do Brasil como combustível para fazer funcionar sua máquina eleitoral rumo a 2026.

    É uma estratégia miope, egoísta e profundamente danosa. A conta desse festival de irresponsabilidade, disfarçado de resposta emergencial, recairá de forma inexorável sobre a população brasileira.

    Seja através do aumento de impostos, da deterioração ainda mais acentuada dos serviços públicos ou de um novo e doloroso ciclo recessivo imposto por um ajuste fiscal inevitável.

    O Brasil não pode se dar ao luxo de repetir o ciclo vicioso de ilusão populista seguido de amargo despertar. O preço, desta vez, promete ser catastrófico.

     

    Márcio Coimbra é CEO da Casa Política e presidente-executivo do Instituto Monitor da Democracia

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