Lula e Marta não entregam "pobres" o bastante a Boulos
A ex-prefeita de São Paulo retornou ao PT com a missão de melhorar o prestígio do socialista no eleitorado mais pobre da capital, mas quem lidera no segmento é Ricardo Nunes
A ex-prefeita de São Paulo Marta Suplicy (à esquerda na foto) retornou ao PT com uma missão: melhorar o prestígio do deputado federal Guilherme Boulos (PSOL-SP, à direita na foto) entre o eleitorado mais pobre da capital paulista. Mas, pelo menos até agora, nem a dobradinha com o presidente Lula, que transformou o "pobre" em uma figura mitológica com sua retórica paternalista, foi capaz de atrair a maioria dos votos desses eleitores para o socialista.
A pesquisa Datafolha divulgada na quinta-feira, 12, indica que o prefeito Ricardo Nunes (MDB) detém 27% das intenções de votos dos eleitores mais pobres, que recebem até dois salários mínimos por mês. Boulos aparece em segundo nesse eleitorado, com 21%.
Os 21% do deputado do PSOL entre os mais pobres é mais do que os 14% que ele tinha no início de agosto, mas a transferência de votos dos petistas para o candidato da esquerda em São Paulo está aquém do esperado, como reconhecem os próprios responsáveis pela campanha.
Mais Lula?
Em um segundo turno, por exemplo, 51% desses mais pobres iriam de Nunes, e apenas 37% optariam por Boulos. Isso mesmo depois de Lula ter dividido o palanque oito vezes com o candidato a prefeito desde dezembro, inclusive pedindo votos abertamente para o aliado fora do período de campanha, ao custo de uma multa simbólica.
Lula deve pisar em São Paulo por Boulos pelo menosnmais três vezes até o dia da votação. No momento, apenas 45% dos simpatizantes do PT e 43% dos eleitores de Lula em 2022 optam pelo deputado do PSOL na pesquisa Datafolha.
Rádio e televisão
O avanço de Nunes entre os mais pobres parece reflexo direto da propaganda obrigatória no rádio e na televisão, que alcança esse eleitorado com mais eficiência. A última pesquisa Quaest também captou um avanço do prefeito nos eleitores mais pobres, que ganham até três salários mínimos, de 16% para 25%.
Nunes tem 6 minutos e 30 segundos dos 10 minutos do horário eleitoral, e 55 inserções de 30 segundos por dia. Boulos, o segundo candidato com mais tempo na TV e no rádio em São Paulo, tem dois minutos e 22 segundos e 20 inserções diárias. Na pesquisa Quaest, ele foi de 20% para 17% no eleitorado mais pobre.
Outra pesquisa, da AtlasIntel, mostrou Nunes, que se apresenta no horário eleitoral como "cria da periferia", como o preferido dos eleitores que recebem o Bolsa Família, com 29,9%, contra 22,4% de Boulos e 22,2% do influenciador Pablo Marçal (PRTB).
Boulos, que não pode se dizer cria da periferia, não parece estar convencendo os mais pobres com seu discurso de humildade, mesmo tendo ao seu lado dois cabos eleitorais supostamente fortes nesse quesito.
O mesmo não pode ser dito sobre os eleitores mais ricos de São Paulo. Segundo a última pesquisa Datafolha, a maioria deles (34%) pretende votar em Boulos, contra 23% de Nunes e 21% de Marçal. Uma ironia para o homem que se notabilizou como líder de um movimento sem-teto.
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Comentários (3)
F-35 - Hellfire
2024-09-15 12:04:14Boulos, o gigolô dos "sem teto".
Amaury G Feitosa
2024-09-15 09:45:36Se os pobres de Sampa forem esperar benesses destes dois picaretas morrem com teia de aranha no escape.
luiz antonio-rj
2024-09-14 21:56:05O eleitor só pode ser burro