Lula e Eduardo são dois elitistas bradando contra a elite
Petista declarou patrimônio de 7 milhões de reais. Deputado recebeu 2 milhões do pai. Esses valores não estão na conta de qualquer brasileiro

O petista Lula declarou um patrimônio de 7,4 milhões de reais ao Tribunal Superior Eleitoral em sua campanha para a Presidência, em 2022.
Ele disse, na época, ser proprietário de três apartamentos, três terrenos e dois automóveis.
O deputado federal Eduardo Bolsonaro recebeu 2 milhões de reais de seu pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro, para custear sua vida com a família nos Estados Unidos.
Os dois são claramente membros da elite política e econômica brasileira.
São montantes que não estão na conta bancária de um brasileiro normal.
E ambos saíram nos últimos dias criticando a elite do país.
"Elite financeira"
Após o governador de Minas Gerais, Romeu Zema, dizer que Eduardo tinha criado um problema para a direita apoiando o tarifaço de Donald Trump, o deputado federal reagiu criticando as "elites financeiras".
"Enquanto são pessoas simples e comuns as vítimas da tirania, não há problema, mas mexeu na sua turminha da elite financeira, daí temos o apocalipse para resolver", disse o deputado em seu perfil no X.
No Congresso da União dos Estudantes Secundaristas, a UNE, Lula citou quatro vezes a palavra "elite".
"Me parece que a elite brasileira achava que índio não precisava estudar, que escravo não precisava estudar e que os pobres tinham que cortar cana também e eles não perceberam que isto levava o Brasil a um atraso que nós somos vítimas até hoje", disse Lula.
O presidente ainda tem insistido em uma retórica de ricos contra pobres, por orientação do marqueteiro da Secom Sidônio Palmeira.
Raízes populistas
Tanto o petismo quanto o bolsonarismo têm um longo histórico de ataque às elites.
"É da natureza dos políticos populistas colocarem-se como representantes de um povo virtuoso, em oposição às elites corruptas", diz o cientista político Rodrigo Prando, professor da Universidade Presbiteriana Mackenzie.
"O petismo, que nasceu de uma combinação do sindicalismo com as Comunidades Eclesias de Base da Igreja Católica, tem feito isso desde o seu início. O bolsonarismo, por sua vez, também se posicioniou em 2018 como um contraponto às elites", diz Prando.
A questão é que, após décadas usufruindo do poder político e econômico, qualquer discurso contra as elites vindo desses dois grupos populistas soa embusteiro, para dizer o mínimo.
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