Lindbergh invoca o espantalho dos “mais ricos”
Líder do PT na Câmara apela para discurso desgastado ao tentar justificar a ânsia do governo Lula por impostos que sustentem a gastança

Encurralados diante da dificuldade de cumprir o próprio arcabouço fiscal, os governistas apelam para o discurso da "justiça tributária" para justificar e tentar manter a gastança do governo Lula.
Líder do PT na Câmara, o deputado federal Lindbergh Farias (RJ, foto) publicou um longo texto para culpar os "mais ricos" e "o andar de cima" pelos problemas que o próprio Palácio do Planalto criou.
"A verdade é uma só: o andar de cima adora falar em ajuste fiscal, mas quando é para dar sua contribuição, eles se insurgem e se recusam! As propostas que surgiram na reunião, do último domingo (8), entre o ministro Fernando Haddad, a ministra Gleisi Hoffmann, os presidentes Hugo Motta, Davi Alcolumbre e líderes partidários, para a construção da Medida Provisória que o governo Lula vai lançar, estão mais do que corretas", alegou o petista em seu perfil no X, seguindo:
"Nós estamos trabalhando numa linha de fazer Justiça Tributária e de reduzir desigualdades, nosso compromisso histórico. O ministro Haddad está certo. As reações que estão aparecendo dos muito ricos, das elites e do grande capital, não se justificam."
Na sequência, Lindbergh enumerou as medidas que os governistas estão propondo:
- "cortar gastos tributários, que já estão em quase R$ 800 bilhões ao ano. Está correto cortar, isso não é aumento de receita, é diminuição de gasto tributário;
- aumentar alíquota de imposto sobre as BETS, até como medida para desincentivar os jogos de azar e o alto endividamento das famílias brasileiras;
- corrigir disfuncionalidades do sistema financeiro, juros sobre capital próprio, cobrar contribuição maior dos grandes bancos, que têm lucros bilionários;
- a proposta de imposto de 5% sobre a LCA e LCI, também é justa e correta."
E o ajuste fiscal?
Como se vê, não há, entre as propostas, qualquer ajuste fiscal. O governo Lula está apenas mirando em outros bolsos ao recuar no aumento de alíquotas do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), para continuar gastando com vias às reeleição do presidente.
"Sinceramente, nós já fizemos um bloqueio e um contingenciamento de R$ 30 bilhões para cumprir com as regras do arcabouço fiscal, afetando, inclusive, programas sociais. Agora os ricos fazem discurso de ajuste fiscal, mas na hora H ninguém quer contribuir com nada", argumentou Lindbergh, tentando desviar o foco, e finalizando:
"São medidas para combater distorções absurdas, privilégios. Todo nosso apoio ao ministro Fernando Haddad. Precisamos fazer um ajuste em cima dos mais ricos e poupar os mais pobres, que historicamente pagam sozinhos essa conta!"
O problema para os petistas é que, levando em conta o que indicam as pesquisas de opinião, esse discurso não cola mais — ou pelo menos não é mais o bastante para mascarar um governo ruim.
Leia mais: O jogo de azar de Haddad
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Comentários (2)
MARCOS
2025-06-11 19:11:06QUE NENHUM MEMBRO DO EXECUTIVO, DO LEGISLATIVO E DO JUDICIÁRIO GANHEM MAIS DO QUE VINTE MIL REAIS POR MÊS SEM QUALQUER OUTRO INCENTIVO. CADA UM VAI GANHAR 20 MIL E MAIS NADA. ENTÃO OS PROBLEMAS FINANCEIROS DO BRASIL SE ACABARÃO.
Alexandre Ataliba Do Couto Resende
2025-06-11 13:00:18Não há nada mais perigoso do que um idiota inventivo.Scott Adams