Líderes da Otan decidem por 5% do PIB em defesa; Espanha reluta
A relutância da Espanha em se comprometer com o aumento do gasto militar gerou discussões acaloradas na cúpula

Durante a cúpula da Otan realizada em Haia, o chanceler alemão, Friedrich Merz, descreveu o encontro como "histórico", enfatizando que as decisões tomadas não visam beneficiar nenhum país específico.
Ele afirmou que é imprescindível que todos os membros da aliança aumentem suas capacidades para garantir a defesa coletiva.
O primeiro-ministro belga, Bart De Wever, fez comentários irônicos sobre a posição da Espanha, afirmando que se o primeiro-ministro espanhol, Pedro Sánchez, consegue manter o gasto militar em 2,1% do PIB, ele é um verdadeiro gênio.
E a Espanha?
De Wever ressaltou que não deverá haver "tratos especiais" para nenhum dos países presentes e que todos os líderes deverão concordar com o aumento do investimento em defesa para 5%, sendo 3,5% destinado especificamente a capacitação militar.
A afirmação da Espanha de que pode cumprir suas obrigações com um gasto de apenas 2,1% foi considerada uma "interpretação" que poderia incentivar outros aliados a solicitar reduções semelhantes.
De Wever expressou ceticismo quanto a essa possibilidade, indicando que os especialistas da OTAN calcularam as despesas e determinaram que o percentual de 3,5% é necessário para atender às demandas atuais.
Ele destacou que essa meta não será fácil de atingir, mas é fundamental para atender às necessidades de segurança definidas pela aliança.
A relutância da Espanha em se comprometer com o aumento do gasto militar gerou discussões acaloradas na cúpula.
Contudo, muitos líderes se esforçaram para minimizar as tensões e reafirmaram a importância de uma declaração conjunta que estabeleça o novo objetivo de 5% para a próxima década.
"Unidade"
O primeiro-ministro holandês e anfitrião do evento reiterou que a "unidade" entre os aliados é crucial.
Ele enfatizou que os gastos em defesa devem estar alinhados com as capacidades militares necessárias para garantir a dissuasão e proteção adequadas.
Embora haja divergências sobre os percentuais de investimento, a maioria dos participantes parece compartilhar um compromisso em cumprir as exigências relacionadas às capacidades militares.
Questionado sobre a diferença entre os gastos da Alemanha e da Espanha, o ministro da Defesa alemão, Boris Pistorius, expressou confiança de que a Espanha acabará por atingir a meta de 3,5%.
O chanceler Merz também sublinhou que o aumento total para 5% não é uma questão de favoritismo, mas sim uma necessidade reconhecida por todos os membros da aliança visando fortalecer a defesa coletiva.
Os comentários não representam a opinião do site; a responsabilidade pelo conteúdo postado é do autor da mensagem.
Comentários (0)