Latitude#57: o Exército brasileiro é páreo para o venezuelano?
O ditador venezuelano Nicolás Maduro declarou, depois de um referendo fajuto, que 70% do território da Guiana pertence ao seu país. A ousadia de Maduro acendeu o alerta na região, que teme por um conflito fronteiriço. Mas a região de Essequibo é uma floresta densa e de terreno acidentado. "Uma invasão por tanques, como a...
O ditador venezuelano Nicolás Maduro declarou, depois de um referendo fajuto, que 70% do território da Guiana pertence ao seu país.
A ousadia de Maduro acendeu o alerta na região, que teme por um conflito fronteiriço. Mas a região de Essequibo é uma floresta densa e de terreno acidentado. "Uma invasão por tanques, como a que Vladimir Putin fez na Ucrânia, em fevereiro de 2022, não daria para ser feita", disse o cientista político Gunther Rudzit, professor de relações internacionais da ESPM. A única maneira, então, de os tanques de Maduro chegarem a Georgetown, a capital da Guiana, seria atravessando o território brasileiro.
A questão então é: o Exército brasileiro é páreo para o Venezuelano?
"Com todo respeito às nossas Forças Armadas, em especial ao Exército, os blindados que estão lá, principalmente os Cascavéis que são da década de 1970, por mais que tenham sido modernizados, não são páreos para o T72 russos que a Venezuela tem", afirmou Gunther Rudzit, no podcast Latitude.
"A nossa sorte é que boa parte desses tanques russos não estão em condições de combate. Na verdade, as Forças Armadas venezuelanas não estão em condições de combate. E por isso a gente ainda tem um certo tempo para se preparar", disse Rudzit.
O Brasil enviou jipes blindados, comprados pelo Exército. Mas, segundo Rudzit, esses veículos também não são páreos para os T72. "Os mísseis que foram enviados para lá são os que estão sendo desenvolvidos há muito tempo. Eu já ouvi que há ressalvas quanto à efetividade desses mísseis."
O que o Exército poderia fazer, segundo Rudzit, que também é professor convidado da Universidade da Força Aérea, é adiantar a compra dos veículos caça-tanques Centauro 2, da Itália.
"Mas isso é se preparar para o pior cenário, que eu ainda acho que não vai ocorrer. As Forças Armadas venezuelanas não são ofensivas desde que Hugo Chávez chegou ao poder, no fim dos anos 90. Ele transformou as Forças Armadas efetivamente numa guarda pretoriana. O que é isso? São Forças Armadas para garantir que ele não seja derrubado do poder. Para isso, ele deu muitos cargos para os militares. Principalmente para o generais. Para se ter uma ideia, o país hoje teria em torno de 2 mil generais. O Exército venezuelano tem mais ou menos o tamanho do Exército brasileiro, que tem 173 generais", disse Rudzit.
Latitude é um podcast semanal sobre os principais fatos da política internacional e da diplomacia brasileira que vai ao ar todos os sábados, às 18h.
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Comentários (2)
Odete6
2023-12-24 11:11:11Mas claro que sim!!!! Ganharíamos a guerra contra qualquer país!!!! É só colocar aquelas sucatas fumacentas daquele prosaico e """impressionantemente impactante""" 7 de setembro do tempo do bolsoneroladronéscio na frente de batalha, que a gente mata instantaneamente todos os inimigos de tanto rir!!!!! Cairão todos na hora de tanto literalmente morrer de rir!!!! 😆😆😆😆😆😆😆😆
Luís Rutman
2023-12-24 10:56:43Estou em desacordo com Sr rudzit, no curto prazo o ideal é a compra de mísseis anti tanques, que além de muito efetivos, são mais baratos, e com treinamento muito rápido e efetivo da tropa. Disponível em múltiplos fornecedores.