"Julgamento sinaliza que a divergência será inadmitida", diz Janaina
Vereadora comentou a condenação de Jair Bolsonaro na Primeira Turma do STF

Um dia após a condenação de Jair Bolsonaro na Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal, a jurista e vereadora por São Paulo Janaina Paschoal (PP) afirmou nesta sexta-feira, 12, que o julgamento do "núcleo crucial" da trama golpista sinaliza "que a divergência será crescentemente inadmitida".
"Bolsonaro e seus ferrenhos apoiadores me perseguiram mais que a própria esquerda. Bolsonaro e seus ferrenhos apoiadores me difamaram nos períodos eleitorais, com mentiras espalhadas de forma orgânica, impossibilitando que eu me defendesse, sobretudo por, à época, estar em um partido que não tinha tempo de TV, nem fundo eleitoral. Eu aconselhei Bolsonaro, Carla Zambelli e seus aliados mais próximos. O primeiro me afastou e deu ordens para me prejudicarem. A segunda interpretou que eu tinha inveja dos votos dela. Se eu fosse uma pessoa má e burra, estaria feliz com o que vem acontecendo. Mas eu realmente coloco Deus e o Brasil acima e à frente. Por isso, sigo muito preocupada por todos nós.
O julgamento de ontem, salvo melhor juízo, sinaliza que a divergência será crescentemente inadmitida. E os alertas dos EUA não me parecem pura bravata, como insistem em asseverar. O Brasil está sim em flagrante alinhamento com China, Rússia e Irã! E o que mais incomoda é o fato desse alinhamento não se restringir aos políticos da esquerda, muitos direitistas compartilham desse encantamento. Para além das pessoalidades e partidarismos, um conselho de brasileiros com condições de liderar a nação precisaria ser formado. O cenário, nacional e internacional, é grave!", escreveu Janaina no X.
Bolsonaro condenado
Após sessões marcadas por indiretas entre ministros, recados ao Congresso, referências à ditadura militar e ao julgamento do mensalão, a Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) condenou na quinta, 11, pela primeira vez em sua história, um ex-presidente, Jair Messias Bolsonaro, por golpe de Estado e tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito.
Não só ele, como outras sete pessoas: os ex-ministros general Walter Braga Neto (Casa Civil e Defesa); general Augusto Heleno (GSI); Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira (Defesa); Anderson Torres (Justiça); o ex-comandante da Marinha Almir Garnier; o deputado federal e ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) Alexandre Ramagem; o ex-ajudante de ordens Mauro Cid.
Todos foram condenados por cinco crimes: organização criminosa armada, tentativa de abolição violenta ao Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado pela violência e grave ameaça e deterioração de patrimônio tombado.
A exceção ficou por conta de Alexandre Ramagem, condenador por organização criminosa, tentativa de abolição violenta ao Estado Democrático de Direito e golpe de Estado.
Dos cinco integrantes da Primeira Turma, quatro seguiram esse entendimento: o relator Alexandre de Moraes, Flávio Dino, Cármen Lúcia e Cristiano Zanin. Apenas um teve entendimento contrário: Luiz Fux.
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