Janaina Paschoal sobre USP: "Capturada pela esquerda"
"Quando o professor Alexandre era ligado à direita, ninguém o queria lá", escreveu a vereadora no X

A vereadora paulistana Janaina Paschoal, ex-deputada federal e professora de direito penal na Universidade Estadual de São Paulo (USP), comentou no X a análise Por que a USP está preocupada com Alexandre de Moraes.
O texto, publicado em Crusoé, argumentava que a universidade divulgou uma nota pública defendendo o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes porque teme ser alvo indireto de sanções americanas.
"Com todo respeito, eu não concordo com essa análise. A Faculdade de Direito da USP, há muito, foi capturada pela esquerda. Quando o professor Alexandre era ligado à direita, ninguém o queria lá. Podem resgatar a história. Até manifestação contra a indicação dele houve", escreveu Janaina no X.
"Esse apoio incondicional tem a ver com o fato de a direita mais radical estar sendo calada. As manifestações são seletivas. Eu também sou professora da USP, fui eleita deputada estadual, com dois milhões de votos, vereadora, com uma votação mais simples, mas fui eleita. Alguém viu alguma postagem da Faculdade?", pergunta a vereadora, coautora do pedido de impeachment de Dilma Rousseff.
"Mas qualquer artigo que qualquer colega escreva costuma ser divulgado. A pauta da direção é o respeito às mulheres. Eu fui agredida na semana passada. Houve alguma manifestação da direção? Não. No fundo, todos ali sentem que eu mereço apanhar, por ousar, desde que ingressei nos bancos acadêmicos, desafiar os dogmas religiosos deles, principalmente o aborto!", escreve Janaina.
Sanções indiretas
Na análise publicada por Crusoé, os advogados Daniela Poli Vlavianos e Enrique Natalino comentam a nota pública da USP.
"Se a USP mantém parcerias, convênios, intercâmbios, financiamentos ou projetos com instituições americanas, pode ocorrer um impacto indireto, uma vez que essas instituições podem ser obrigadas a rever ou suspender acordos para não violarem restrições impostas pelo governo norte-americano", afirma Daniela, sócia do escritório Poli Advogados e Associados.
"Caso a USP mantenha remuneração, cooperação acadêmica ou transações financeiras com o professor sob sanções — especialmente se envolverem instituições, serviços ou moedas sob jurisdição americana —, ela poderá ser, em tese, enquadrada como entidade associada a um alvo de sanções, sujeita a sanções secundárias, como bloqueio de repasses, suspensão de convênios e restrições no sistema financeiro internacional", diz Natalino, especialista em direito internacional.
Leia em Crusoé: Por que a USP está preocupada com Moraes
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