Itamaraty "deplora" operação de Israel contra flotilha
Deputada Luizianne Lins estava entre os tripulantes; Israel afirma que o grupo será deportado com segurança

O Ministério das Relações Exteriores classificou como "condenável" a operação militar israelense que interceptou a flotilha Global Sumud na quinta, 1º, enquanto tentava furar o bloqueio à Faixa de Gaza para entregar mantimentos.
"O governo brasileiro deplora a ação militar do governo de Israel, que viola direitos e põe em risco a integridade física de manifestantes em ação pacífica. No contexto dessa operação militar condenável, passa a ser de responsabilidade de Israel a segurança das pessoas detidas", diz trecho da nota oficial.
Entre os integrantes estavam a deputada federal Luizianne Lins (PT) e a ativista Greta Thunberg.
O Ministério das Relações Exteriores de Israel informou que os tripulantes estão seguros.
"Passageiros do Hamas-Sumud em seus iates estão viajando em segurança e paz para Israel, onde terão início os procedimentos de deportação para a Europa. Os passageiros estão seguros e com boa saúde”, afirmou nesta quinta, 2.
Nota do Itamaraty
Leia a íntegra:
"O governo brasileiro acompanha com preocupação a interceptação pela marinha israelense de embarcações da “Flotilha Global Sumud”, que contam com presença de cidadãs e cidadãos brasileiros, incluindo parlamentares.
Diante das primeiras notícias de detenção de nacionais brasileiros a bordo de embarcações da flotilha, entre eles a deputada federal Luizianne Lins, o Brasil recorda o princípio da liberdade de navegação em águas internacionais e ressalta o caráter pacífico da flotilha.
O governo brasileiro deplora a ação militar do governo de Israel, que viola direitos e põe em risco a integridade física de manifestantes em ação pacífica. No contexto dessa operação militar condenável, passa a ser de responsabilidade de Israel a segurança das pessoas detidas.
Reitera, nesse contexto, exortação pelo levantamento imediato e incondicional de todas as restrições israelenses à entrada e distribuição de ajuda humanitária na Faixa de Gaza, em consonância com as obrigações de Israel, como potência ocupante, à luz do direito internacional humanitário.
A Embaixada do Brasil em Tel Aviv está em contato permanente com as autoridades israelenses, de modo a prestar a assistência consular cabível aos nacionais, conforme estabelece a Convenção de Viena sobre Relações Consulares."
Provocação
Antes de interceptar a flotilha, o governo israelense teria oferecido uma alternativa pacífica aos ativistas.
A proposta, no entanto, foi recusada.
Segundo o Ministério das Relações Exteriores de Israel, o propósito da flotilha “Hamas-Sumud” é a “provocação”.
“O único propósito da flotilha Hamas-Sumud é a provocação. Israel, Itália, Grécia e o Patriarcado Latino de Jerusalém ofereceram e continuam a oferecer à flotilha uma maneira de entregar pacificamente qualquer ajuda que pudessem ter a Gaza.
A flotilha recusou porque não está interessada em ajuda, mas sim em provocação. A Marinha israelense entrou em contato com a flotilha Hamas-Sumud e pediu que mudassem de curso. Israel informou à flotilha que está se aproximando de uma zona de combate ativa e violando um bloqueio naval legal. Israel reiterou a oferta de transferir qualquer ajuda pacificamente por canais seguros para Gaza.”
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