Irã pede o impossível a Trump
País persa quer garantias do presidente americano para assinar um novo acordo sobre seu programa nuclear

Os diplomatas do Irã disseram aos Estados Unidos, segundo revelou a agência Reuters nesta sexta, 18, que o país está pronto para aceitar alguns limites ao seu enriquecimento de urânio, mas precisava de garantias inequívocas de que o presidente Donald Trump (foto) não abandonará novamente o pacto nuclear.
Mas não há como Trump cumprir com essa promessa.
Primeiro, porque Trump é um dos presidentes americanos mais imprevisível da história.
Segundo, porque Trump não terá como conseguir mais quatro anos de mandato.
O próximo presidente, assim, poderia anular tudo, como fez Trump quando entrou pela primeira vez na Casa Branca.
"Pedir garantias a Trump não faz sentido, porque não tem como o presidente americano dar garantias", diz o analista militar Ricardo Cabral, do site História Militar em Debate.
Retirada do acordo
Em maio de 2018, Donald Trump retirou os Estados Unidos do acordo que tinha sido costurado com as potências europeias, afirmando que o Irã financiava grupos armados no Oriente Médio, como os Houthis no Iêmen, o Hezbollah no Líbano, milícias xiitas no Iraque e o regime do ditador sírio Bashar Assad.
Com a saída americana, sanções voltaram a prejudicar a economia iraniana.
"A retirada dos Estados Unidos do acordo pressionará o regime iraniano a alterar seu curso de atividades malignas e garantir que os atos malvados iranianos não sejam mais recompensados. Como resultado, tanto o Irã quanto seus representantes regionais serão notificados. Tão importante quanto isso, esta etapa ajudará a garantir que os fundos globais parem de fluir para atividades terroristas e nucleares ilícitas", disse Trump em seu decreto de 2018.
Negociações em Omã e Roma
O Irã e os Estados Unidos devem realizar uma segunda rodada de negociações no sábado, em Roma, na Itália, uma semana após a primeira rodada de conversas em Omã.
Mas a chance de sucesso é baixa.
"O Irã já disse que algumas coisas não serão objeto da negociação, como o programa de mísseis", diz Cabral.
"Esta é uma das negociações mais difíceis de Trump atualmente, até mais difícil que as reuniões sobre a Ucrânia", diz Cabral.
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