Irã nuclear não seria ameaça só para Israel
Países árabes, nações europeias e os Estados Unidos poderiam entrar na mira dos mísseis balísticos iranianos

Ao anunciar o ataque ao Irã, o primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu (foto) frisou que os Estados Unidos também poderiam ser alvo dos aiatolás iranianos.
"Nos últimos anos, o Irã produziu urânio enriquecido suficiente para nove bombas atômicas. Nove. Nos últimos meses, o Irã deu passos que nunca tinha dado antes, de miniaturizar esse urânio enriquecido (para o míssil)", disse Netanyahu.
"Ao nos defender, nós também defendemos os outros. Defendemos os nossos vizinhos árabes. Eles tambem sofrem com a campanha iraniana de gerar caos e carnificina. Nossas ações contra o aliado iraniano Hezbollah permitiu o estabelecimento de um novo governo no Líbano e no colpaso do regime assassino de Bashar Assad na Síria. Os povos desses dois países agora têm uma chance de um futuro diferente", disse Netanyahu.
"O alcance crescente dos mísseis balísticos do Irã poderia levar o pesadelo nuclear para as cidades europeias e, em algum momento, aos Estados Unidos. Lembrem-se: o Irã chama Israel de o pequeno Satã. Os Estados Unidos são o grande Satã", disse o primeiro-ministro.
Ditaduras perigosas
Em entrevista ao programa Meio-Dia em Brasília, o cientista político André Lajst, da StandWithUs, falou sobre o perigo de ditaduras obterem armas nucleares.
"O mundo já viu duas vezes programas nucleares de países ditatorias sendo construídos e depois destruídos", disse Lajst.
A primeira vez foi quando Israel, em uma operação secreta, destruiu um reator nuclear em construção ao sul de Bagdá, no Iraque.
Quem comandava o país era o ditador sunita Saddam Hussein que, assim como os aiatolás iranianos de hoje, prometia eliminar Israel.
A segunda vez foi em 2007, quando Israel atacou uma instalação nuclear do regime de Bashar Assad, na Síria. Três anos depois, o regime de Assad foi deposto em uma breve guerra civil.
"Imaginem esses dois regimes armados com bombas nucleares. Esses regimes provavelmente teriam tido outro curso na história. Eles talvez não teriam caído. Vejam a Coreia do Norte", disse André Lajst.
"Isso é algo positivo para o planeta, apesar do uso da violência e de ninguém gostar de guerra. Neste caso [do Irã], estamos falando de um regime teocrático, perigoso, religioso, que oprime a própria população há 46 anos e está indo atrás de armas de destruição de massa. Se esse regime não for parado e as armas caírem nas mãos deste regime, não é apenas Israel que estará em perigo. É o mundo inteiro", afirmou Lajst.
Assista à entrevista completa com André Lajst no Meio-Dia em Brasília:
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