Crusoé
03.11.2025 Fazer Login Assinar
Crusoé
Crusoé
Fazer Login
  • Acervo
  • Edição diária
Edição Semanal
Pesquisar
crusoe

X

  • Olá! Fazer login
Pesquisar
  • Acervo
  • Edição diária
  • Edição Semanal
    • Entrevistas
    • O Caminho do Dinheiro
    • Ilha de Cultura
    • Leitura de Jogo
    • Crônica
    • Colunistas
    • Assine já
      • Princípios editoriais
      • Central de ajuda ao assinante
      • Política de privacidade
      • Termos de uso
      • Política de Cookies
      • Código de conduta
      • Política de compliance
      • Baixe o APP Crusoé
    E siga a Crusoé nas redes
    Facebook Twitter Instagram

    Investimento Externo e Diversificação Comercial

    O giro de Geraldo Alckmin pelo Oriente teve como objetivo estreitar o relacionamento com os chineses e sauditas com foco em buscar investimentos estrangeiros para o país. Ele faz um movimento necessário para nossa economia, carente de recursos e refém de um déficit de poupança interna que torna praticamente mandatória a busca por investimentos internacionais....

    avatar
    Márcio Coimbra
    6 minutos de leitura 15.06.2024 09:43 comentários 1
    Deveríamos nos atentar também sobre o modelo adotado por Pequim para blindar sua economia contra os recursos predatórios
    • Whastapp
    • Facebook
    • Twitter
    • COMPARTILHAR

    O giro de Geraldo Alckmin pelo Oriente teve como objetivo estreitar o relacionamento com os chineses e sauditas com foco em buscar investimentos estrangeiros para o país. Ele faz um movimento necessário para nossa economia, carente de recursos e refém de um déficit de poupança interna que torna praticamente mandatória a busca por investimentos internacionais.

    Atualmente 65% de nossas exportações concentram-se em apenas cinco parceiros comerciais: China, União Europeia, Estados Unidos, Mercosul e Japão. Se considerarmos apenas a China, o percentual é de 29%, tornando o país oriental o principal parceiro comercial do Brasil. Uma realidade que gera ganhos no curto prazo e preocupações no longo, uma vez que a excessiva dependência exportadora para somente um país gera incerteza e insegurança dentro da economia.

    Ao contrário do Brasil, a China cerca sua economia de cuidados, diversificando parceiros, sem criar dependência de qualquer nação, algo que protege Pequim de solavancos e crises. Nenhum país possui uma fatia maior do que 9% nas importações chinesas e no tocante ao percentual exportado, o principal parceiro são os americanos, com cerca de 16%, seguidos por Japão e Coreia do Sul com pouco menos de 5%. Uma forma hábil de evitar dependências excessivas, blindando a economia por meio da diversificação.

    Além disso, a China controla também o fluxo de investimento estrangeiro por meio da avaliação criteriosa da origem e objetivos dos recursos que aportam no país. Pequim é uma das nações que possui um sistema de avaliação dos investimentos externos, um mecanismo que se tornou um importante instrumento de defesa contra aquisições de caráter predatório e entrada de capitais sem origem comprovada.

    Além da China, não são poucas as nações que adotam este mecanismo de verificação. Os exemplos mais conhecidos são África do Sul, Austrália, Canadá, Coreia do Sul, Estados Unidos, Índia, Japão, México, Reino Unido, Rússia e União Europeia, que adota o instrumento em legislação comunitária, criando uma camada dupla de avaliação, uma vez que países membros também adotam o sistema internamente, como Alemanha, Espanha e Portugal.

    O objetivo dos instrumentos de avaliação não é afastar o investimento estrangeiro. Pelo contrário, o mecanismo serve para que os países que o adotem sejam destino de investimentos de qualidade, com capitais de origem lícita, evitando que recursos sujos, oriundos de corrupção e outros crimes transnacionais sejam lavados na economia, ao mesmo tempo que protege a infraestrutura de recursos predatórios, que podem afetar as soberanias nacionais.

    A OCDE vem acompanhando a implementação destes mecanismos, especialmente porque são adotados por seus membros, países desenvolvidos e em desenvolvimento, grandes exportadores e importadores de capital externo. Se no início o foco destas legislações era controlar o investimento nos setores militar e de defesa, hoje o foco se ampliou para os setores de energia, transporte, telecomunicações, abastecimento de água, recursos minerais e especialmente acesso de investidores estrangeiros a dados confidenciais de cidadãos nacionais.

    O Brasil é uma daquelas nações que ainda não possui em sua legislação qualquer um dos diversos mecanismos de avaliação de investimento estrangeiro, uma falha que precisa rapidamente ser sanada. Nosso país iniciou esta discussão mediante um estudo chamado "Instrumentos de Avaliação dos Investimentos Externos (IAIE) em Diversos Países: Recomendações para o Brasil", publicado em 2020 pelo IPEA, que mapeou quinze modelos de diferentes países para análise descritiva de suas estruturas organizacionais.

    O estudo observou tendências convergentes quanto aos motivos de controle e avaliação do investimento externo, ancorados no conceito de segurança nacional e suas derivações. No caso português, por exemplo, é estabelecido o regime de salvaguarda de ativos estratégicos essenciais para garantir segurança país em serviços fundamentais. O governo pode opor-se a qualquer transação da qual resulte, direta ou indiretamente, a aquisição ou controle de terceiros à União Europeia sobre ativos estratégicos nos setores de energia, transportes e comunicações.

    Diante das novas tecnologias e dos investimentos predatórios que circulam pelo mundo, já é momento de nosso Congresso Nacional se debruçar sobre este tema, observar as experiências externas e introduzir em nossa legislação mecanismos que deixem o Brasil menos vulnerável e nossa economia e cidadãos mais protegidos.

    Portanto, para além da busca de investimentos chineses para o Brasil, deveríamos nos atentar também sobre o modelo adotado por Pequim para blindar sua economia contra os recursos predatórios, instrumentos e atitudes que salvaguardam o país e a segurança dos ativos nacionais. Não há dúvidas que um sistema moderno e confiável tornaria o Brasil ainda mais atrativo para a chegada de investimentos de qualidade, evitando a entrada de recursos de origem duvidosa que podem, ao fim e ao cabo, enfraquecer nossa economia e afetar a soberania do país em setores estratégicos.

    A diversificação é outra estratégia que deveríamos implementar em nossa política comercial e o caminho para isso passa por abrir mercados, celebrar acordos e parcerias. Na dinâmica das cadeias globais de valor é prudente evitar um modelo de dependência excessiva, algo que torna o país vulnerável. Desta forma, qualquer tipo de instabilidade internacional teria menor potencial de atingir nossas exportações. Atualmente sofremos de uma perigosa sinodependência que deixa o Brasil extremamente vulnerável. A própria China evita este caminho, assim como Estados Unidos, Japão e União Europeia.

    É provável que além de investimentos, Alckmin tenha retornado do Oriente com impressões e leituras atentas sobre o modelo de verificação na atração de recursos e a necessidade de diversificação para um modelo econômico sadio, dois pontos cruciais de nosso comércio exterior e de nosso processo de internacionalização. Sabemos que o potencial do Brasil é imenso, porém devemos estar atentos para evitar que nossos ativos em comunicação, energia, transportes e dados se tornem bens vulneráveis em um mundo onde recursos predatórios de governos estrangeiros, grupos criminosos transnacionais e capitais sujos impulsionados pela corrupção circulam em busca de porto seguro.

    Márcio Coimbra é CEO do Instituto Monitor da Democracia e ex-diretor da Apex.

    As opiniões emitidas pelos colunistas não necessariamente refletem as opiniões de O Antagonista e Crusoé

    Diários

    Comissão vai votar convocação de Lewandowski para falar de megaoperação

    Guilherme Resck Visualizar

    Crusoé nº 392: Soberania relativa

    Redação Crusoé Visualizar

    Elites desaprovam operação contra Comando Vermelho

    Redação Crusoé Visualizar

    Presidente eleito da Bolívia anuncia solução para crise de combustíveis

    Redação Crusoé Visualizar

    Eleitor de Lula desaprova operação contra crime organizado

    Duda Teixeira Visualizar

    "Eleição de 2026 vai girar em torno da segurança"

    Duda Teixeira Visualizar

    Mais Lidas

    Boulos e o socialismo brasileiro

    Boulos e o socialismo brasileiro

    Visualizar notícia
    De onde vêm os fuzis do CV e PCC?

    De onde vêm os fuzis do CV e PCC?

    Visualizar notícia
    Comissão vai votar convocação de Lewandowski para falar de megaoperação

    Comissão vai votar convocação de Lewandowski para falar de megaoperação

    Visualizar notícia
    Elites desaprovam operação contra Comando Vermelho

    Elites desaprovam operação contra Comando Vermelho

    Visualizar notícia
    Governadores atropelam Lula na segurança pública

    Governadores atropelam Lula na segurança pública

    Visualizar notícia
    Lula à deriva

    Lula à deriva

    Visualizar notícia
    Maioria achou minuto de silêncio de Boulos "inapropriado"

    Maioria achou minuto de silêncio de Boulos "inapropriado"

    Visualizar notícia
    O "efeito Mamdani" em Nova York

    O "efeito Mamdani" em Nova York

    Visualizar notícia
    Pesquisa AtlasIntel explica sumiço de Lula

    Pesquisa AtlasIntel explica sumiço de Lula

    Visualizar notícia
    Se eu tivesse certezas, eu as venderia

    Se eu tivesse certezas, eu as venderia

    Visualizar notícia

    Tags relacionadas

    colunistas

    Marcio Coimbra

    < Notícia Anterior

    Novas chuvas atingem o RS - e entulho pode ser um problema

    15.06.2024 00:00 | 4 minutos de leitura
    Visualizar
    Próxima notícia >

    Um ano e meio após escândalo, Alesp vai entrar no caso Americanas

    15.06.2024 00:00 | 4 minutos de leitura
    Visualizar
    author

    Márcio Coimbra

    Os comentários não representam a opinião do site; a responsabilidade pelo conteúdo postado é do autor da mensagem.

    Comentários (1)

    Manoel Antonio Da Fonseca Couto Gomes Pereira

    2024-06-16 11:04:23

    Artigo que me parece é tremamente importante para abrir os olhos do governo sobre os investimentos estrangeiros.


    Torne-se um assinante para comentar

    Os comentários não representam a opinião do site; a responsabilidade pelo conteúdo postado é do autor da mensagem.

    Comentários (1)

    Manoel Antonio Da Fonseca Couto Gomes Pereira

    2024-06-16 11:04:23

    Artigo que me parece é tremamente importante para abrir os olhos do governo sobre os investimentos estrangeiros.



    Notícias relacionadas

    Comissão vai votar convocação de Lewandowski para falar de megaoperação

    Comissão vai votar convocação de Lewandowski para falar de megaoperação

    Guilherme Resck
    01.11.2025 14:00 3 minutos de leitura
    Visualizar notícia
    Crusoé nº 392: Soberania relativa

    Crusoé nº 392: Soberania relativa

    Redação Crusoé
    01.11.2025 07:05 3 minutos de leitura
    Visualizar notícia
    Elites desaprovam operação contra Comando Vermelho

    Elites desaprovam operação contra Comando Vermelho

    Redação Crusoé
    31.10.2025 18:29 3 minutos de leitura
    Visualizar notícia
    Presidente eleito da Bolívia anuncia solução para crise de combustíveis

    Presidente eleito da Bolívia anuncia solução para crise de combustíveis

    Redação Crusoé
    31.10.2025 16:44 3 minutos de leitura
    Visualizar notícia
    Crusoé
    o antagonista
    Facebook Twitter Instagram

    Acervo Edição diária Edição Semanal

    Redação SP

    Av Paulista, 777 4º andar cj 41
    Bela Vista, São Paulo-SP
    CEP: 01311-914

    Acervo Edição diária

    Edição Semanal

    Facebook Twitter Instagram

    Assine nossa newsletter

    Inscreva-se e receba o conteúdo de Crusoé em primeira mão

    Crusoé, 2025,
    Todos os direitos reservados
    Com inteligência e tecnologia:
    Object1ve - Marketing Solution
    Princípios Editoriais Assine Política de privacidade Termos de uso