Haddad simplesmente desistiu?
Após alimentar durante meses discurso de responsabilidade fiscal, ministro da Fazenda se limita a reverberar Lula

Após alimentar durante meses o discurso de responsabilidade fiscal, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, agora se limita a reverberar o presidente Lula (PT) e culpar a gestão de Jair Bolsonaro por todos os problemas enfrentados pela equipe econômica em dois anos e três meses de gestão.
Um dia após o Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom), sob o comando de Gabriel Galípolo, elevar a taxa básica de juros em um ponto percentual, Haddad responsabilizou o ex-presidente do BC Roberto Campos Neto pelo aumento.
Ao comentar a alta da Selic, o ministro disse, em entrevista ao programa Bom dia, ministro, do Canal Gov, que Galípolo, ex-número 2 da Fazenda, não poderia dar um cavalo de pau após assumir a chefia da autoridade monetária.
"O antigo presidente do Banco Central foi nomeado pelo Bolsonaro e ficou dois anos além do mandato do Bolsonaro na presidência do Banco Central. Você contratou, como dizem, três aumentos bastante pesados na Selic na última reunião do ano passado. Você não pode, na presidência do Banco Central, dar um cavalo de pau depois que assumiu. Isso é uma coisa muito delicada. Quer dizer, o novo presidente, com os novos diretores, eles têm aí uma herança a administrar, mais ou menos como eu tive uma herança a administrar em relação ao Paulo Guedes. Não foi fácil manter o país funcionando depois de 2022. Em 2022, foi feito um estrago nas contas públicas brasileiras para garantir o resultado eleitoral que você não pode imaginar."
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O cavalo de pau de Lula
Esse argumento já havia sido usado por Lula para mudar o discurso em relação à taxa básica de juros.
"O presidente do Banco Central não pode dar um cavalo de pau num mar revolto, de uma hora para outra", afirmou o petista durante coletiva de imprensa em 30 de janeiro de 2025.
Durante os dois últimos anos da gestão de Roberto Campos Neto no Banco Central, Lula nunca tinha falado em “cumprir a nossa parte” no contexto de reduzir a taxa básica de juros. A responsabilidade era sempre do indicado de Jair Bolsonaro para o BC, sobre o qual o petista insinuava más intenções contra seu governo e contra o “povo brasileiro”.
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Comentários (1)
Amaury G Feitosa
2025-03-20 16:35:09Para os gabirus os raros e baratas são os responsáveis pela podridão de una nação que vem sendo destruída há 130 anos com o golpe da República dos Patos.