Haddad não quer mais falar sobre juros?
Ministro da Fazenda não quis comentar a decisão do Copom ao ser entrevistado pelo 'Uol'
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, não quis comentar a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central de manter a taxa básica de juros, a Selic, em 15% ao ano ao aceitar dar uma entrevista na noite de quarta-feira, 5, ao Uol.
"Ah... desculpa. Hoje eu vou falar só de Imposto de Renda (risos)", disse o chefe da equipe econômica ao ser questionado sobre a decisão.
Na terça, 4, Haddad havia pressionado o Copom a baixar os juros durante a abertura do Bloomberg Green Summit, em São Paulo.
"Eu não sou diretor do Banco Central. Se eu fosse, votava pela queda, porque uma taxa de juro real [descontada a inflação] de 10% ao ano não se sustenta", afirmou.
Embora reclame da política de juros do Banco Central, Haddad vem celebrando a redução da inflação, provocada pela alta dos juros.
"Nós vamos terminar o mandato com a menor inflação de um mandato desde o Plano Real. Seguramente a inflação acumulada em 4 anos será pela primeira vez inferior a 20%", disse Haddad durante evento promovido pelo Banco Safra em 16 de setembro.
Selic
O Comitê de Política Monetária do Banco Central (BC) decidiu, por unanimidade, manter a taxa básica de juros em 15% ano.
Esta foi a terceira vez consecutiva em que o colegiado optou por preservar os juros nesse patamar.
“O Copom decidiu manter a taxa básica de juros em 15,00% a.a., e entende que essa decisão é compatível com a estratégia de convergência da inflação para o redor da meta ao longo do horizonte relevante. Sem prejuízo de seu objetivo fundamental de assegurar a estabilidade de preços, essa decisão também implica suavização das flutuações do nível de atividade econômica e fomento do pleno emprego”, diz a decisão.
O BC avalia “que a estratégia de manutenção do nível corrente da taxa de juros por período bastante prolongado é suficiente para assegurar a convergência da inflação à meta”
“O Comitê enfatiza que seguirá vigilante, que os passos futuros da política monetária poderão ser ajustados e que não hesitará em retomar o ciclo de ajuste caso julgue apropriado”, acrescenta.
O BC também atualizou as projeções oficiais para a inflação. No novo horizonte de referência, que vai até o segundo trimestre de 2027, a expectativa é de 3,3%. No Copom anterior, o foco era o primeiro trimestre daquele ano, com previsão de 3,4%.
Para o fim de 2025, a projeção caiu de 4,8% para 4,6%, ainda acima do teto da meta (4,5%). Para 2026, a estimativa foi mantida em 3,6%.
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