Guerra civil no Sudão: a maior crise humanitária da atualidade
Estimativas apontam para mais de 150 mil vidas perdidas. Além disso, aproximadamente 11 milhões de sudaneses foram forçados a deixar suas casas

Há aproximadamente dois anos, o Sudão se viu imerso em um conflito civil que rapidamente se transformou na mais grave catástrofe humanitária da atualidade.
A luta entre as Forças Armadas Sudanesas e a milícia conhecida como Forças de Apoio Rápido (RSF), que conta com cerca de 100 mil combatentes, deixou mais de 20 milhões de pessoas à mercê das consequências devastadoras da guerra.
Morte, fome e destruição
Desde o início do conflito, estimativas apontam para mais de 150 mil vidas perdidas. Além disso, aproximadamente 11 milhões de sudaneses foram forçados a deixar suas casas.
A situação alimentar no país é alarmante, com metade da população sudanesa, totalizando 24 milhões de indivíduos, enfrentando a fome.
O cenário de destruição é igualmente preocupante, com vastas áreas do território devastadas e comunidades inteiras reduzidas a cinzas.
Crimes de guerra
Tanto as Forças Armadas Sudanesas quanto as RSF estão implicadas em atrocidades e crimes de guerra durante os combates.
Um relatório das Nações Unidas denuncia a prática de recrutamento forçado de crianças e adolescentes por ambas as partes. As RSF, em particular, têm utilizado a violência sexual em massa como uma estratégia militar. Civis são frequentemente alvo de detenções arbitrárias e torturas.
As atrocidades têm sido especialmente intensas na capital, Cartum, e na região de Darfur, localizada no oeste do país.
Nesses locais, membros da RSF perpetraram massacres contra populações não árabes e deslocaram dezenas de milhares, possivelmente até centenas de milhares de pessoas. O governo dos Estados Unidos classifica oficialmente essas ações como genocídio.
O colapso da infraestrutura médica agrava ainda mais a crise no Sudão. Segundo dados do Centro de Estudos Estratégicos e Internacionais dos EUA, entre 70% e 80% dos hospitais do país estão fora de operação. Dois terços da população sudanesa não têm acesso a serviços médicos básicos.
Quais nações estão envolvidas na guerra do Sudão?
A complexidade do conflito é ampliada pela intervenção de diversas nações. As RSF recebem apoio dos Emirados Árabes Unidos, enquanto a Força Armada Sudanesa é sustentada por Egito, Arábia Saudita, Rússia, Turquia e Irã.
Relatos indicam que drones iranianos têm sido cruciais para a recuperação militar da força armada sudanesa após suas derrotas iniciais contra as RSF.
Recentemente, um acordo foi firmado entre o Sudão e a Rússia para a construção de uma base militar russa ao longo do Mar Vermelho. No entanto, permanece incerto se esse projeto será efetivado.
Fragmentação do país
A Força Armada Sudanesa está avançando em algumas regiões, mas há pouca expectativa de que consiga eliminar completamente as RSF do cenário bélico.
Atualmente, as forças armadas estão recuperando áreas ao redor de Cartum e no sul do país, mas as RSF permanecem fortemente posicionadas no oeste.
Especialistas preveem uma possível fragmentação do país, similar ao que ocorreu na Líbia, especialmente considerando que as RSF pretendem instaurar um governo paralelo.
Enquanto os combates prosseguem nas proximidades de Cartum, milhões de pessoas buscam escapar da violência perpetrada tanto pela Força Armada quanto pelas RSF.
Até agora, três milhões conseguiram cruzar as fronteiras para países vizinhos como Chade, Egito e Sudão do Sul, enquanto outros oito milhões foram deslocados internamente dentro do Sudão.
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Comentários (2)
F-35- Hellfire
2025-03-20 19:51:12O que Lula tem a falar sobre esta tragédia? Melhor ele calar a boca!
Amaury G Feitosa
2025-03-20 16:16:19EU SOU VOCÊ AMANHÁ ... (a) Zé Braziu