Guedes e Braga Netto negam mal-estar motivado pelo Pró-Brasil
Os ministros da Economia, Paulo Guedes (foto), e da Casa Civil, general Braga Netto, negaram nesta quarta-feira, 29, que exista um mal-estar entre os dois, em uma tentativa de colocar panos quentes na situação. Nos bastidores, o lançamento do programa Pró-Brasil, capitaneado pelo militar, causou insatisfação na equipe econômica. O pacote inclui investimentos do Tesouro...
Os ministros da Economia, Paulo Guedes (foto), e da Casa Civil, general Braga Netto, negaram nesta quarta-feira, 29, que exista um mal-estar entre os dois, em uma tentativa de colocar panos quentes na situação. Nos bastidores, o lançamento do programa Pró-Brasil, capitaneado pelo militar, causou insatisfação na equipe econômica.
O pacote inclui investimentos do Tesouro para obras públicas, o que contraria as principais diretrizes de Guedes, que defende as privatizações. O ministro não participou do evento de anúncio do programa. Em coletiva no Palácio do Planalto, no entanto, Braga Netto disse que “não há nenhuma desavença”.
O chefe da Casa Civil explicou que a proposta visa integrar e coordenar os planos de retomada do crescimento elaboradas por todas as esferas da gestão Jair Bolsonaro. “O programa foi feito exatamente para, nessa coordenação, evitar que ministérios fossem separadamente na Economia e começassem a brigar cada um pelo seu pedaço”, pontuou.
A exemplo do que fez o presidente no início desta semana, Braga Netto reafirmou o comando e a força de Guedes. “Em nenhum momento, se pensou em sair do trilho programado pela Economia. Quem dá esse caminho e a palavra final é a Economia: se é possível, se não é possível. E quem decide é o presidente da República”, assegurou. “Quando o ministro Paulo Guedes não veio na primeira reunião era simplesmente porque não ia se falar de dinheiro.”
Na sequência, o chefe da equipe econômica validou as palavras do colega e disse ter “um excelente relacionamento pessoal” com Braga Netto. “A relação é extraordinariamente clara, simples, direta. Minha experiência com ministros foi exatamente essa. Os militares particularmente, fazendo uma observação agora, falam diretamente, transparente, com clareza, sem nenhuma malícia. Então realmente foi um mal entendido”, discursou, acrescentando que nunca esteve “aborrecido” com o titular da Casa Civil ou entrou "em choque" com Bolsonaro.
Apesar do aceno, Guedes afirmou que a retomada pós-pandemia não pode “repetir erros de governos passados”, mencionando as tentativas de gestões anteriores de impulsionar a atividade econômica por meio de obras públicas. “Cavaram enorme buraco e quebraram o Brasil. Quando nós chegamos, o Brasil estava quebrado exatamente por esse caminho. Então nós não vamos caminhar cavando mais fundo para ver se saímos do buraco. Ninguém consegue sair do buraco cavando mais fundo no próprio buraco”, disse o ministro.
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