Governo diz que limite para saques acima de R$ 1.045 poderia quebrar FGTS
A equipe econômica do governo federal reconheceu nesta quarta-feira, 8, que alguns parlamentares devem querer aumentar o limite de 1.045 reais para a nova rodada de saques das contas do FGTS, prevista para junho. O teto está estabelecido em medida provisória editada pela gestão Jair Bolsonaro. O grupo, no entanto, alertou que a elevação pode...
A equipe econômica do governo federal reconheceu nesta quarta-feira, 8, que alguns parlamentares devem querer aumentar o limite de 1.045 reais para a nova rodada de saques das contas do FGTS, prevista para junho. O teto está estabelecido em medida provisória editada pela gestão Jair Bolsonaro. O grupo, no entanto, alertou que a elevação pode quebrar os caixas e inviabilizar políticas financiadas pelo fundo.
O secretário Especial de Fazenda do Ministério da Economia, Waldery Rodrigues Junior (foto), explicou que o valor imposto pelo governo mantém as contas do FGTS equilibradas. “Medidas propostas pelo Congresso têm sua legitimidade, mas, do ponto de vista da sustentabilidade do fundo, atendemos a exatamente o que é possível com essa vinda de recursos do Pis-Pasep e o uso de recursos internos”, emendou.
Diretor do FGTS, Gustavo Tillmann esclareceu que o governo avaliou outras opções. Um dos cenários analisados foi a permissão ao saque do saldo total das contas. O impacto da medida seria de 397 bilhões de reais. “Acabaria com o fundo. Não teria mais política de saneamento, habitação e infraestrutura amparada pelo fundo”, detalhou.
Outra possibilidade projetou a liberação de 6.220 reais por conta, com um impacto de 140 bilhões de reais. Tillmann destacou, contudo, que o fundo “não dispõe desse dinheiro agora”, principalmente porque, para auxiliar empresas em meio à pandemia do novo coronavírus, o governo autorizou a suspensão do pagamento das parcelas do FGTS por três meses.
“A nossa medida foi calculada para que suporte o não ingresso das arrecadações por três meses. Os cronogramas estão casados. O diferimento está previsto para março, abril e maio e, em junho, começa a liberar os saques”, emendou.
A medida provisória editada pelo governo extingue o PIS-Pasep e transfere os recursos para o FGTS. Ainda não há um cronograma para os saques, que será elaborado pela Caixa Econômica Federal. Com a nova rodada, o governo estima liberar até 36,2 bilhões de reais e beneficiar 60,8 milhões de trabalhadores.
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Comentários (1)
Eduardo
2020-04-08 20:41:15O fundo é dos trabalhadores, as empresas que se financiem no setor privado. Esse fundo tem que acabar mesmo.