Generais da era Franco pedem golpe contra Pedro Sánchez
Um grupo de militares aposentados da Espanha, ligados à Associação de Militares Espanhóis (AME), pediu em carta pública nesta quinta-feira, 16, a deposição de Pedro Sánchez do cargo de primeiro-ministro. O deputado, do Partido Socialista Espanhol (PSoE) foi novamente empossado no posto, após obter a maioria para formação de um governo. Na carta, divulgada no...
Um grupo de militares aposentados da Espanha, ligados à Associação de Militares Espanhóis (AME), pediu em carta pública nesta quinta-feira, 16, a deposição de Pedro Sánchez do cargo de primeiro-ministro. O deputado, do Partido Socialista Espanhol (PSoE) foi novamente empossado no posto, após obter a maioria para formação de um governo.
Na carta, divulgada no site do grupo, o pedido é de um golpe de Estado explícito. Considerando haver uma falha generalizada das autoridades públicas, o grupo de militares e generais da reserva.
"Preocupados pelo que a Espanha está se tornando, pedimos aos responsáveis da defesa do ordenamento constitucional, a destituição do presidente do governo (primeiro-ministro) e a convocatória de eleições gerais, ao que submetemos a consideração da cidadania espanhola, para preveni-la e que tome consciência da gravidade da situação atual", conclui o manifesto, escrito em um único longo parágrafo.
Os golpistas argumentam que o governo de Pedro Sánchez não leva as instituições militares a sério e, mais ainda, pode colocar a integridade nacional do país em risco ao permitir maiores direitos à região autônoma da Catalunha, onde fica Barcelona, a segunda maior cidade do país. A chegada de Sánchez ao poder se dá com um acordo com a base catalã no Congresso, em troca da anistia aos presos e condenados por pedir a independência da região, em 2017.
Tal como foi discutido por parte dos apoiadores de Jair Bolsonaro no Brasil, o grupo argumenta que o Exército teria um papel constitucional de intervir em situações do tipo. "[É papel das Forças Armadas] defender o ordenamento jurídico constitucional, que consideramos e grave perigo pela falta de independência judicial, a desigualdade dos cidadãos espanhóis perante a lei e a possível ruptura da unidade da nação espanhola", escrevem.
Esse grupo de militares já havia, em 2018, feito uma carta onde fazia saudações ao general Francisco Franco, ditador de viés fascista que comandou o país por 39 anos.
Nem Pedro Sanchez nem Felipe VI se manifestaram sobre a carta.
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