Fim da Lava Jato reverbera no Peru e na Argentina
Além de levantar incertezas sobre o futuro do combate à corrupção no Brasil, o fim da Lava Jato e a decisão do STF de considerar o ex-juiz Sergio Moro parcial podem ter repercussão em outros países da América Latina. No Peru, três ex-presidentes já foram detidos e um cometeu suicídio por causa dos desdobramentos das...
Além de levantar incertezas sobre o futuro do combate à corrupção no Brasil, o fim da Lava Jato e a decisão do STF de considerar o ex-juiz Sergio Moro parcial podem ter repercussão em outros países da América Latina.
No Peru, três ex-presidentes já foram detidos e um cometeu suicídio por causa dos desdobramentos das investigações da operação local que leva o nome em português, Lava Jato. “A cooperação das autoridades brasileiras para permitir a coleta dos depoimentos de empresários acusados foi fundamental para que os casos prosseguissem no Peru. A preocupação agora é o que pode acontecer se essa parceria acabar”, diz o advogado peruano Dino Carlos Caro Coria, especialista em direito penal. Nos próximos meses, o ex-presidente Ollanta Humala (foto) e sua esposa, Nadine Heredia, além da candidata presidencial Keiko Fujimori, terão de comparecer a seus julgamentos nos casos da Lava Jato. “Espera-se que algumas pessoas façam seus depoimentos do Brasil, porque elas não poderão ir ao Peru. Se isso não acontecer, os casos ficarão debilitados”, diz Caro Coria.
Na Argentina, a Lava Jato inspirou a Justiça local a utilizar a delação premiada, que no país é conhecida pela figura do “arrependido”. A independência da Polícia Federal e da operação brasileira, desde 2014, foi bastante admirada pelos advogados e promotores argentinos. “Nós nunca tivemos na Argentina o mesmo grau de autonomia da Lava Jato brasileira. Aqui, sempre houve muita interferência do poder político, especialmente na investigação dos funcionários públicos. Tanto é que dificilmente seria possível ver a população argentina apoiando publicamente os promotores, como vi uma vez em Curitiba”, diz o advogado argentino Luis María Palma, diretor do Centro de Estudos Jurídicos da Universidade de Buenos Aires. “Minha esperança é de que, assim como aconteceu no Brasil no passado, as investigações prossigam na Argentina e os julgamentos dos casos de corrupção aconteçam.”
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Comentários (6)
Cesar
2021-03-27 15:14:19No Brasil, país dominado pela corrupção que agora só se faz referendar com os absurdos propalados por Gilmar Mendes o país dá um passo importantíssimo pra frente e infelizmente três pra trás! Cheguei a sentir orgulho e esperança de que poderíamos nos tornar um país mais decente mas não. E quem desejar combater isto que está aí com estes que estão empoleirados atualmente nos 3 poderes da nação, desista! Se isto mudar um dia será certamente e somente com muito sangue!
Joao
2021-03-26 16:04:46Felizes, assim se ganhar esquerda aqui, eles recebem mais dinheiro a fundo perdido, fruto do trabalho dos jumentos brasileiros
MARCIO
2021-03-26 15:45:24Por culpa do Nero, não só absolutamente todos os políticos brasileiros serão soltos, mas também todos do Peru, Argentina e assim vai, limpando a barra das esquerdas latino-americanas, fortalecendo ainda mais Maduro, Cristina, Morales, Lula e o Foro de São Paulo. Parabéns, Nero, você perpetuou o verdadeiro Comunismo.
Marcello
2021-03-26 15:39:09Afinal, não é por obra do acaso que a América Latina é o que é!
MARCOS
2021-03-26 14:19:30Os brasileiros de bem sabem que o sr. Sergio Moro foi um juiz imparcial e justo. Os criminosos é que agradecem ao stf pelo fim do combate a corrupção dos poderosos. Está tudo dominado.
Antonio
2021-03-26 13:43:22Se lá tiver um stf com um Gilmar Mendes vai acabar em pizza