Filha de María Corina emociona no Nobel da Paz
"Nós estamos voltando para casa", afirmou Ana Corina Machado durante entrega do prêmio, em Oslo
A filha de María Corina Machado, Ana Corina Sosa Machado (foto), discursou nesta quarta, 10, no prédio da Prefeitura de Oslo, durante entrega do prêmio Nobel da Paz.
De apenas 34 anos, ela levou várias pessoas na plateia às lágrimas ao falar da ansiedade em rever a mãe, após dezesseis meses separadas.
“Eu estou aqui representando minha mãe, María Corina Machado, que uniu milhões de venezuelanos em um esforço extraordinário que vocês, nossos anfitriões, honraram com o prêmio Nobel da Paz”, disse, em inglês, Ana Corina, que vive em Nova York.
“Mas apesar de ela não poder estar aqui e participar desta cerimônia, eu preciso dizer que minha mãe nunca quebra uma promessa. E é por isso que eu, com toda alegria no meu coração, posso dizer que, dentro de poucas horas, nós poderemos abraçá-la aqui, em Oslo, depois de dezesseis meses vivendo no exílio.”
Ana Corina foi chamada para discursar porque sua mãe não pôde chegar a tempo da cerimônia.
Ao apresentar Ana Corina, o secretário do Comitê Norueguês do Nobel, Kristian Berg Harpviken, afirmou que ainda tinha esperanças de encontrar María Corina em Oslo, mas que a homenageada estava atrasada por estar fazendo uma viagem perigosa.
"A vencedora do prêmio Nobel da Paz, María Corina Machado, fez todo o possível para participar da cerimônia aqui, hoje. É uma viagem de perigo extremo. Apesar de ela não poder chegar para este evento, nós ficamos profundamente felizes ao confirmar que ela está em segurança e estará conosco aqui em Oslo", disse Harpviken.
Leia em O Antagonista: A operação sigilosa para levar María Corina a Oslo
Volta da democracia
O discurso escrito por María Corina, lido pela filha, retomou uma de suas características mais marcantes: a confiança de que o país voltará a viver uma democracia, com liberdade e respeito ao direitos humanos.
“Ao longo desta marcha para a liberdade, nós ganhamos certezas profundas em nossas almas. Verdades que deram às nossas vidas um significado profundo e nos prepararam para construir um grande futuro em paz. A paz é um ato de amor, no final das contas. Este amor já colocou nosso futuro em movimento. A Venezuela vai respirar novamente. Nós vamos abrir as portas das prisões e ver milhares de pessoas que foram injustamente detidas andar sob o calor do sol e serem abraçadas por aqueles que nunca pararam de lutar por eles", disse Ana Corina.
Outro momento emocionante foi quando a filha agradeceu a seus familiares, incluindo seus três filhos (entre eles, Ana Corina).
"Nós estamos voltando para casa", afirmou Ana Corina, lendo o discurso da mãe.
"Deixem-me homenagear os heróis desta jornada. Nossos presos políticos. Os perseguidos, suas famílias e todos os que defendem os direitos humanos. Aqueles que nos acolheram, nos alimentaram e arriscaram tudo para nos proteger. Os jornalistas que se recusaram a se calar. Os artistas que levaram nossas vozes. Minha equipe excepcional, meus mentores, os ativistas políticos, os líderes globais que se juntaram a nós e defenderam nossa causa. Meus três filhos, meu pai querido, minha mãe, minhas três irmãs, meu querido e corajoso marido, que me apoiaram através da minha filha. E, acima de tudo, os milhões de venezuelanos anônimos que arriscarasm suas casas, suas famílias e suas vidas por amor. Esta homenagem pertence a eles. Este dia pertence a eles. O futuro pertence a eles. Obrigado."
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