Filha de Fujimori é indiciada por Lava Jato no Peru
O Ministério Público do Peru pediu a prisão da ex-presidenciável e ex-deputada Keiko Fujimori por 30 anos e 10 meses no âmbito de inquérito sobre os desdobramentos da Operação Lava Jato no país. Filha do ex-ditador Alberto Fujimori, que governou o Peru ao longo da década de 1990, Keiko é acusada de lavagem de dinheiro...
O Ministério Público do Peru pediu a prisão da ex-presidenciável e ex-deputada Keiko Fujimori por 30 anos e 10 meses no âmbito de inquérito sobre os desdobramentos da Operação Lava Jato no país.
Filha do ex-ditador Alberto Fujimori, que governou o Peru ao longo da década de 1990, Keiko é acusada de lavagem de dinheiro para financiar as suas campanhas nas eleições de 2011 e 2016.
Ela também responde por acusações de crime organizado, obstrução de Justiça e falsa declaração em procedimento administrativo.
O Ministério Público também pediu a inelegibilidade de Keiko por 15 anos. Ela é a atual líder do principal partido fujimorista, o Força Popular.
A expectativa é que o julgamento, que envolve mais de 40 acusados e de 1.500 testemunhas, demore mais de um ano.
Ao longo dos desdobramentos da Lava Jato no peru, Keiko foi alvo duas vezes de mandados de prisão preventiva. Ela passou 16 meses presas.
O retorno de Fujimori
O ex-ditador peruano Alberto Fujimori poderá eventualmente candidatar-se a um cargo para o Senado em 2026, uma vez que deixou a prisão no início de junho.
Mesmo tendo sido condenado a 25 anos de prisão por crimes contra a humanidade e corrupção, em 2009, o político mantém apoio entre eleitores ricos e idosos do país.
"Fujimori quer continuar fazendo parte da política. Essa é a sua paixão", diz o cientista político peruano Carlos Meléndez, professor da Universidade Diego Portales em Santiago, no Chile. "Ele seria um candidato competitivo para o Senado."
Em conversa para o podcast Latitude, Meléndez afirma que, para isso ocorrer, ainda seria necessário um debate legal sobre o tema. Alguns entendidos em direito acreditam que o indulto que o tirou da prisão não restituiu os seus direitos políticos.
Em 2017, Fujimori recebeu um indulto do presidente Pedro Pablo Kuczysnki. Naquela época, o ex-ditador ficou alguns dias fora da prisão e manifestantes foram às ruas contra sua libertação. Ao final, Kuczynski perdeu o posto e Fujimori voltou para a prisão.
Este ano, uma decisão de um tribunal constitucional peruano entendeu que o indulto de 2017 era legal. Com isso, Fujimori, que está com 85 anos e teve uma reincidência de um câncer na língua, saiu novamente da cadeia. "Ele já permaneceu na cadeia por 17 anos, e por isso não existe mais entre a população essa sensação de impunidade", diz Meléndez.
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