Fernández renuncia da presidência do partido peronista
O ex-presidente da Argentina Alberto Fernández renunciou da presidência do Partido Justicialista, a sigla do peronismo, nesta quinta-feira, 15 de agosto, após ser indiciado por violência doméstica. Fernández, que nega as acusações, alegou proteger o partido da exposição midiática. "Tenho o dever e a necessidade de manifestar que a decisão foi tomada com o único...
O ex-presidente da Argentina Alberto Fernández renunciou da presidência do Partido Justicialista, a sigla do peronismo, nesta quinta-feira, 15 de agosto, após ser indiciado por violência doméstica.
Fernández, que nega as acusações, alegou proteger o partido da exposição midiática.
"Tenho o dever e a necessidade de manifestar que a decisão foi tomada com o único propósito de não envolver o partido, em que eu sempre militei, nos fatos que me são falsamente acusados", escreveu Fernández em carta.
"Espero que nenhum estilhaço do linchamento midiático do qual estou sujeito possa prejudicar este partido em que militam homens e mulheres que tanto fazem pela igualdade de gênero e pelo respeito à diversidade", acrescentou.
Procuradoria federal indicia Fernández
A procuradoria federal na cidade de Buenos Aires acusou, nesta quarta, 14 de agosto, o ex-presidente da Argentina Alberto Fernández (foto) de "lesões graves" com base em denúncia de violência doméstica apresentada no início do mês.
Fernández é acusado de "lesões graves duplamente qualificadas pela relação e perpetradas no âmbito da violência de género com abuso de poder e autoridade".
Ele também responde por "ameaças coativas".
A ação foi protocolada na terça-feira, 6 de agosto, pela ex-primeira-dama Fabiola Yáñez, que vive separada, em Madri, na Espanha desde o final do ano passado.
O que diz a acusação?
Fernández é denunciado por “lesões graves duplamente qualificadas pela relação e perpetradas no quadro da violência de gênero com abuso de poder e autoridade”.
Segundo a denúncia, as agressões eram "uma constante" entre 2016 e 2024, portanto, desde antes da chegada do peronista à Casa Rosada, em 2019.
A acusação também cita episódios de "violência verbal".
O que se sabe?
A Justiça obteve acesso a registros de uma conversa de WhatsApp entre Fernández e Yáñez, datada de agosto de 2021, durante o mantado do peronista.
Nela, a então primeira-dama relatou episódios de violência física e verbal por parte do peronista.
"[Você] vem me golpeando há três dias seguidos", diz uma das mensagens.
Ela também compartilhou uma foto com o olho roxo e outra com um hematoma na parte superior do braço direito.
Fernández não negou as acusações durante a conversa. Ele apenas alegou mal-estar para desviar do assunto: "Estou com dificuldade para respirar. Por favor, pare. Estou me sentindo muito mal".
O que disse Fernández sobre a denúncia?
O ex-presidente negou todas as acusações da denúncia de Yañez.
Em entrevista ao site argentino El Cohete a la Luna, Fernández alegou que o olho roxo seria resultado de um "tratamento estético contra rugas".
Ele também afirmou: "Se eu sou um agressor, por que ela se submeteu a um tratamento de fertilidade para que tivéssemos um filho?".
Yáñez, que tem um filho com Fernández, também chegou a afirmar que sofreu um aborto durante o relacionamento.
O casal se separou na esteira do episódio, segundo a ex-primeira-dama.
Ainda na denúncia, Yañez apresentou também uma acusação por "violência reprodutiva", que é quando “impede que uma pessoa decida se vai ter filhos, com quem tê-los, o número de gestações e o espaçamento entre os nascimentos”.
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