Geovana Albuquerque/ Agência Brasília

Faixas de pedestre, um patrimônio de Brasília?

30.06.24 16:25

As faixas de pedestre de Brasília não são diferentes das faixas de pedestres vistas no resto do país — mas estas, no centro do poder federal, devem se tornar em breve patrimônio cultural e imaterial da cidade. A promessa foi feita durante a semana pelo secretário de Cultura e Economia criativa do Distrito Federal.

Claudio Abrantes, o titular da pasta, disse durante entrevista na última quarta-feira, 26, que a medida será oficializada em reunião do Conselho de Defesa do Patrimônio Cultural (Condepac) do DF e depois publicada no Diário Oficial.

O objetivo da pasta do governo de Ibaneis Rocha (MDB) é ampliar a rede de segurança que existe ao redor desses locais. “Além do reconhecimento, isso impõe ao Estado um plano de salvaguarda, uma série de ações com vistas a preservar esse jeito que realmente é cultural do brasiliense”, disse Abrantes em entrevista à TV Brasília.

As faixas de pedestre são motivo de orgulho do brasiliense — menos pela sua existência do que pela relação de urbanidade que a cidade, de 4 milhões de habitantes, têm no trânsito.

Apesar de ser o terceiro maior centro urbano do país após Rio de Janeiro e São Paulo, motoristas da capital federal se orgulham de respeitar o cruzamento com pedestres em qualquer ocasião, o que garante não apenas um tráfego mais seguro, como garante um menor número de semáforos em suas vias. Cenas vistas por lá, com motoristas esperando a travessia de pedestres em avenidas movimentadas e pequenas vias, são comuns em outros pontos do país, mas ainda muito raras em grandes cidades como São Paulo.

Nem sempre foi assim: a cidade foi laboratório de uma campanha de prevenção de acidentes no trânsito em 1997, durante o governo de Cristóvam Buarque. Além da instalação dos primeiros radares eletrônicos de velocidade, os motoristas foram incentivados a ceder a passagem aos pedestres, como visto em países europeus. Os resultados, são significativos: em 1996, antes da campanha, Brasília tinha mortes 36,6 mortes para cada 100 mil habitantes. Em 2023, foram 2,9 mortes por 100 mil habitantes.

Leia mais em Crusoé: A reunificação da Alemanha e a construção de Brasília, por Paulo Roberto de Almeida

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  1. Em Gramado vi esse respeito total, tá certo que é uma cidade pequena que não tem o ritmo de São Paulo. Aqui em Curitiba temos um pouco mais de respeito com os pedestres, mas acho que falta muito ainda.

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