Exploração na Margem Equatorial é esquenta para COP30
Vinte dias antes da Conferência das Partes da ONU contra o aquecimento global, Ibama autoriza Petrobras a pesquisar petróleo

A Conferência das Partes (COP) é o órgão responsável por implementar os compromissos assumidos pelos países no combate ao aquecimento global.
A edição deste ano ocorrerá em Belém, no Pará, sob os auspícios do governo Lula.
O evento deve ocorrer entre os dias 10 e 21 de novembro.
Nesta segunda, 20, o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente, Ibama, deu o aval para a estatal Petrobras pesquisar petróleo nas águas profundas da Margem Equatorial do Amazonas.
O local da exploração fica a 500 quilômetros da foz do rio.
O petróleo é um combustível fóssil, cuja exploração eleva o nível na atmosfera de gases que promovem o aquecimento global.
Hipocrisia
Na nota para divulgar a autorização "pesquisa de recurso pretrolífero na área", o Ibama se esforça para dizer que foram tomadas precauções para o caso de acidentes, mas não cita em momento algum o aquecimento global, nem fala em mudanças climáticas.
"A emissão da licença ocorre após rigoroso processo de licenciamento ambiental, que contou com elaboração de Estudo de Impacto Ambiental (EIA/RIMA), realização de três audiências públicas, 65 reuniões técnicas setoriais em mais de 20 municípios dos estados do Pará e do Amapá, vistorias em todas as estruturas de resposta à emergência e unidade marítima de perfuração, além da realização de uma Avaliação Pré-Operacional, que envolveu mais de 400 pessoas, incluindo funcionários e colaboradores da Petrobras e equipe técnica do Ibama", diz a nota.
"Após o indeferimento do requerimento de licença em maio de 2023, Ibama e Petrobras iniciaram uma intensa discussão, que permitiu significativo aprimoramento substancial do projeto apresentado, sobretudo no que se refere à estrutura de resposta a emergência."
"Dentre os aperfeiçoamentos implementados, destacam-se: a construção e operacionalização de mais um Centro de Reabilitação e Despetrolização (CRD) de grande porte, no município de Oiapoque (AP), que se soma ao já existente em Belém (PA); inclusão de três embarcações offshore dedicadas ao atendimento de fauna oleada, quatro embarcações de atendimento nearshore, entre outros recursos de oportunidade", segue o texto.
"As exigências adicionais para a estrutura de resposta foram fundamentais para a viabilização ambiental do empreendimento, considerando as características ambientais excepcionais da região da bacia da Foz do Amazonas. Além disso, durante a atividade de perfuração, será realizado novo exercício simulado de resposta a emergência, com foco nas estratégias de atendimento à fauna."
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Comentários (1)
Eliane ☆
2025-10-20 16:09:12Marina Silva segue caladinha.Bem diferente de uns anos atrás. Ah, esse apego ao cargo.