Ex-conselheiro de Segurança Nacional de Trump é indiciado
John Bolton, hoje crítico do presidente americano, é acusado de compartilhar mais de mil páginas com informações secretas

O ex-conselheiro de Segurança Nacional de Donald Trump, John Bolton (foto), foi indiciado por manuseio indevido de informações confidenciais nesta quinta, 16.
Bolton, que se tornou adversário do presidente americano, foi julgado por um júri federal em Maryland.
Ele enfrenta 18 acusações criminais, sendo oito por transmissão de informações de defesa nacional e dez por acusações de retenção de informações de defesa nacional.
"Há um nível de justiça para todos os americanos. Qualquer pessoa que abuse de uma posição de poder e coloque em risco a nossa segurança nacional será responsabilizada. Ninguém está acima da lei", afirmou a Procuradora-Geral, Pam Bondi.
Segundo a CNN Internacional, Bolton deve se entregar às autoridades do tribunal federal na sexta, 17.
Caso seja condenado, o ex-assessor poderá até 10 anos de prisão para cada acusação.
Informações confidenciais
As investigações apontam que Bolton teria transmitido informações ultrassecretas usando contas pessoais online e mantido documentos confidenciais em sua residência.
Segundo os promotores, Bolton compartilhou "mais de mil páginas de informações sobre suas atividades cotidianas" com dois indivíduos não autorizados.
Esses documentos revelavam informações sobre futuros ataques, adversários estrangeiros e relações de política externa.
"O caso foi baseado no trabalho meticuloso de profissionais de carreira dedicados do FBI, que acompanharam os fatos sem medo ou favoritismo. A instrumentalização da justiça não será tolerada, e o FBI não medirá esforços para levar à justiça qualquer pessoa que ameace nossa segurança nacional", disse o diretor do FBI, Kash Patel.
Agentes do FBI já tinham realizado uma operação de busca na casa de Bolton em Maryland.
Na ocasião, eles apreenderam materiais "confidenciais".
Racha com Trump
Bolton foi nomeado assessor de Segurança Nacional de Trump em abril de 2018.
Ele era defensor de uma política externa mais intervencionista contra regimes autocratas.
Trump, por outro lado, preferia a diplomacia.
O republicano chegou a dizer em tom de ironia: “se eu deixasse o Bolton me guiar, estaríamos em guerra com o mundo inteiro”.
Em setembro de 2019, Trump anunciou a saída de Bolton do governo.
“Informei John Bolton na noite passada que seus serviços não são mais necessários na Casa Branca. Discordei fortemente de muitas de suas sugestões.”
O livro
Após deixar o governo, Bolton lançou o livro The Room Where It Happened (“O Quarto Onde Tudo Aconteceu”), detalhando bastidores da Casa Branca.
Na obra, ele acusou Trump de barganhar com Xi Jinping para obter vantagens eleitorais, favorecer ditadores e ignorar os alertas de assessores.
Trump, então, chamou Bolton de "traidor".
Desde então, o presidente americano considera o seu ex-assessor um grande inimigo.
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