Reprodução/redes sociais

Evo Morales defende milícias armadas ‘como na Venezuela’

13.01.20 11:08

O ex-presidente da Bolívia, Evo Morales (foto), deu declarações nas últimas horas defendendo a criação de milícias armadas em seu país.

“Como se pode garantir a paz e a democracia em um estado sem direitos se o governo de fato da Bolívia usa as Forças Armadas para massacrar e perseguir o povo indefeso? O próprio povo se organiza: rondas camponesas, guarda comunitária e outras formas ancestrais por segurança”, escreveu Morales no Twitter nesta segunda, 13.

Em uma entrevista para a rádio Kawsachun Coca, da Bolívia, neste domingo, 12, Morales, que está refugiado na Argentina, disse: “Se daqui a pouco eu retornar (para a Bolívia) ou alguém voltar, será preciso organizar milícias armadas do povo, como na Venezuela”.

Em seguida, ao falar com a agência Reuters, Morales deu mais detalhes sobre seu pensamento. “Em alguns momentos (esses grupos) foram chamados de milícias. Em outros, foram chamados de segurança sindical ou polícia sindical e, em alguns lugares, são chamados de guarda comunal. Não é algo novo”, disse o boliviano.

Morales já tem sob seu comando grupos de cocaleiros armados dispostos a entrar em atrito com as forças de segurança ou com a população. Em dezembro, o Ministério Público da Bolívia emitiu uma ordem de prisão por sedição e terrorismo. Um vídeo gravado por celular em novembro mostra um sindicalista cocaleiro, Faustino Yucra, conversando com Evo Morales ao telefone. Do México, onde estava, o ex-presidente pede que os sindicalistas bloqueiem o acesso a La Paz. “Que não entre comida nas cidades. Vamos bloquear, fazer um cerco de verdade”, disse Morales. Nos conflitos entre os grupos de Morales e as forças de segurança, mais de trinta pessoas morreram.

Com a Bolívia tomando outro rumo e com eleições marcadas para o dia 3 de maio, as declarações de Morales foram repudiadas até por membros do Movimento ao Socialismo (MAS), o partido criado por Morales.

“Não me parece adequada (a fala de Morales) porque estamos tratando de sair de um momento muito difícil. Não creio que a violência possa ser resolvida com violência”, disse a presidente da Câmara dos Senadores, Eva Copa, do MAS.

A presidente interina da Bolívia, Jeanine Añez, comentou as falas de Morales na noite de domingo: “As declarações de Morales só demonstram que a paz, a reconciliação e a democracia nunca foram opções para ele. Ante a intenção de semear o terror e a violência, eles só encontrarão o povo boliviano unido. Frente às ameaças, encontrarão nossa profunda vocação democrática”.

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  1. Naquela vez que Chaves foi derrubado em que os militares vacilaram, pois nenhum país com exceção dos Estados Unidos apoiaram, foi que Chaves começou efetivamente a construir o seu exército particular, hoje a ditadura está consolidada, se na Bolívia agora também tivessem vacilado, seria exatamente isto que iria acontecer e teríamos russos também na nossa fronteira leste.

  2. Este bandido fala estas desgraças porque tem apoio do Fórum de São Paulo e de Fernandes da Argentina, mas deixa ele por os pés na Bolívia e ele também passará a estampar camisetas tipo Tche Guevarra.

  3. Muito boa a resposta da presidente boliviana. Bom que o Morales entenda que, mais do que vocação, é obrigação a democracia se defender de ataques contra ela.

  4. Fraudou as eleições, desrespeitou a legislação do país, enganou a população e agora se acha no direito de organizar e incentivar a baderna. Tá faltando vaga nos presídios da Bolívia?

  5. Quando nós falamos, aqui no Brasil, que essa maldita esquerda quer implantar o comunismo , os alienados esquerdopatas piram! Vejam que as táticas para ter o poder são sempre as mesmas! Não me assusto com eles, me assusto com a cegueira do povo que não percebe a maldade destes bandidos!

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