Evo Morales cobra referendo sobre “entregar a Bolívia" aos EUA
Cocalero sugere que bolivianos decidam sobre concessão de recursos naturais e bases militares "sob pretexto de ajuda"

O ex-presidente da Bolívia Evo Morales (foto) defendeu a realização de um referendo sobre o que classificou como uma possível entrega do país e dos recursos naturais aos Estados Unidos, "sob o pretexto de ajuda".
Em postagem no X, endereçada ao presidente eleito, Rodrigo Paz, o cocalero afirmou que as elites econômicas e políticas bolivianas estariam dispostas a ceder o lítio, a floresta amazônica e parte do território do país às bases militares americanas.
"Como cidadão e ex-presidente do Estado Plurinacional, peço ao presidente eleito que, uma vez empossado, convoque um Referendo Nacional Vinculante, no âmbito do Artigo 4 da Constituição Política do Estado, para perguntar ao povo se concorda em entregar a Bolívia aos Estados Unidos e seus países aliados sob o pretexto de "ajuda".
O povo boliviano deve manter sua palavra se aceitar que o governo nacional entregue nosso lítio e outros recursos naturais, nossa floresta amazônica e parte de nosso território às bases militares dos EUA.
Devemos governar respeitando a soberania da Bolívia, ouvindo e obedecendo ao povo, e não condescendendo com os interesses das elites políticas e econômicas da Bolívia ou de estrangeiros que não buscam nos ajudar, mas sim se apoderar de nossas riquezas."
Relação com Paz
Ainda é incerta a forma com a qual o presidente eleito lidará com Evo Morales.
O cocalero segue como representante dos plantadores de coca, a matéria prima do crack e da cocaína.
Ele está foragido da Justiça por acusações de pedofilia.
Após a vitória de Rodrigo Paz, Evo Morales comemorou o resultado, o que é um péssimo sinal.
"O povo, com seu voto, derrotou os racistas, os odiadores, os difamadores e os violentos neste domingo; eles puniram o establishment da mídia que pisoteou a ética jornalística e praticou jornalismo indecente", escreveu Evo Morales no X.
"O povo dá aos novos líderes o mandato de não destruir o Estado Plurinacional, com soberania, dignidade, inclusão e justiça social; de respeitar os direitos sociais, como bônus, e a política de distribuição de riqueza do Estado; e de não trair a agenda dos excluídos", segue Evo.
Cocaína e crack
Evo Morales expulsou a agência americana Drug Enforcement Administration (DEA), que ajudava a combater o narcotráfico, e mandou embora o embaixador americano.
Essas medidas enfraqueceram o combate ao narcotráfico.
Ao ser questionado se chamará a DEA de volta, Rodrigo Paz saiu pela tangente.
"O combate a crimes como tráfico de pessoas, financiamento ilegal e tráfico de drogas deve ser realizado com todas as organizações internacionais sob a égide das Nações Unidas. A DEA nunca saiu. O que é necessário agora é unir forças com americanos, brasileiros, europeus e asiáticos", afirmou durante a campanha.
Leia mais: O presidente eleito da Bolívia, Rodrigo Paz, é de direita?
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