EUA reforçam 'confiança nos planos econômicos' de Milei e parcerias
Apoio explícito dos EUA impulsiona mercado argentino, com promessa de investimentos diretos e crédito emergencial para Milei

O anúncio de Scott Bessent, secretário do Tesouro dos Estados Unidos, nesta quarta-feira (24), marcou um novo movimento no apoio econômico a um país latino-americano em meio a um ciclo eleitoral.
Em mensagem publicada no X, ele afirmou que Washington está pronto para adquirir títulos argentinos em dólar, oferecer uma linha de swap de 20 bilhões de dólares ao Banco Central e viabilizar crédito de espera via Fundo de Estabilização de Câmbio, para dar sustentação imediata à política econômica do presidente Javier Milei.
A sinalização, endossada diretamente por Donald Trump, que reforçou seu apoio à reeleição de Milei, pode ser interpretada como um gesto estratégico que extrapola a esfera financeira e entra na geopolítica, elevando a Argentina como aliada prioritária em para a administração republicana.
"A Administração Trump está determinada em nosso apoio aos aliados dos Estados Unidos, e o presidente Trump deu ao presidente Milei um raro endosso de uma autoridade estrangeira, mostrando sua confiança nos planos econômicos de seu governo e na importância estratégica geopolítica do relacionamento entre os Estados Unidos e a Argentina", declarou o secretário.
Bessent ainda destacou a "consolidação fiscal impressionante" e a liberalização de preços promovidas pelo governo argentino como fundamentos para a retomada da confiança nos mercados. O secretário também citou tratativas com empresas americanas, condicionados ao desfecho da eleição.
"Também estive em contato com inúmeras empresas dos EUA que pretendem fazer investimentos estrangeiros diretos substanciais na Argentina em vários setores no caso de um resultado eleitoral positivo", escreveu.
Ao mesmo tempo, mencionou medidas específicas voltadas a estabilizar o câmbio e a reduzir pressões especulativas: "A Argentina tem as ferramentas para derrotar os especuladores, incluindo aqueles que buscam desestabilizar os mercados argentinos para objetivos políticos."
A interpretação predominante nos mercados foi muito positiva e após o anúncio, os ativos argentinos subiram de forma expressiva, refletindo a percepção de que o respaldo dos EUA pode reduzir os riscos de crédito e aliviar pressões sobre a dívida pública.
O aceno de Washington não é só econômico, mas também um recado político, em que a Casa Branca sob Trump busca fortalecer Milei como um contraponto às experiências de governos de esquerda na região, como o do Brasil.
Ainda que a execução dessas promessas dependa de negociações técnicas e da evolução do cenário eleitoral - mês que vem haverá eleições parlamentares na Argentina - a postura de Trump em Nova York, com declarações entusiásticas sobre Milei, indica que a relação bilateral pode ganhar contornos prioritários.
O apoio explícito aumenta a margem de manobra do governo argentino no curto prazo e coloca a parceria com os EUA como peça central da estratégia de estabilização financeira, cuja viabilidade andava sendo questionada pelo mercado desde a semana passada.
Os comentários não representam a opinião do site; a responsabilidade pelo conteúdo postado é do autor da mensagem.
Comentários (0)