Enquanto isso, os argentinos vão para a direita
O presidente da Argentina, Alberto Fernández, que veio à São Paulo na semana passada para abraçar Lula (foto), é citado sempre que se fala em uma suposta "onda vermelha" de esquerda da América Latina. Mas uma coisa é a cor do governo, outra é como pensa a população. Uma pesquisa publicada neste domingo, 6, pelo...
O presidente da Argentina, Alberto Fernández, que veio à São Paulo na semana passada para abraçar Lula (foto), é citado sempre que se fala em uma suposta "onda vermelha" de esquerda da América Latina. Mas uma coisa é a cor do governo, outra é como pensa a população.
Uma pesquisa publicada neste domingo, 6, pelo instituto Zubán Córdoba mostra que os argentinos estão caminhando para a direita. Segundo os dados coletados, para cada argentino de esquerda há dois de direita, em suas distintas variações.
Nesta pesquisa, os analistas uniram centro (18%) com centro-direita (18,5%), direita (16,9%) e extrema-direita (4,5%). A soma dá 58,1%. A esquerda, com todas as suas divisões, chega a 26,1%.
A união do centro com a direita foi feita pela proximidade ideológica. Há mais argentinos que se dizem próximos do capitalismo (60%) e do liberalismo econômico (50%) do que do peronismo (45%).
Apenas 32% se dizem favoráveis aos estatismo, 20% ao marxismo e 18% ao comunismo.
Para 48% dos argentinos, o comunismo é o grande mal da Argentina. E 52% afirmam que a coalizão Frente de Todos, oficialista e peronista, simboliza essa ideologia.
"Na Argentina, ocorreu uma acumulação de frustrações após dois governos ideologicamente opostos: o macrismo (de Mauricio Macri, ex-presidente) e o peronismo. Ambos não estiveram à altura das expectativas econômicas da Argentina, o que gerou um profundo desencanto", diz Gustavo Córdoba, do instituto Zubán Córdoba. "Essa desilusão ajudou os argentinos de direita a espalhar a ideia de que todos que não pensam como eles são comunistas. Isso também faz com que muitos encontrassem em Javier Milei (libertário) um candidato muito eficiente para representar seus interesses."
Em janeiro deste ano, o instituto de pesquisas Solmoirago perguntou aos argentinos quem eles gostariam que vencesse a eleição no Brasil. Em primeiro lugar ficou Jair Bolsonaro, com 33,5%. Lula ficou em segundo, com 28,4%.
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Comentários (3)
Ronaldo Mendonça Vilela
2022-11-09 11:40:05Mesmo considerando que os argentinos têm um nível de escolaridade média superior ao dos brasileiros, fica sempre a dúvida se o pesquisado sabe o que significam marxismo, comunismo, liberalismo e outros ismos - peronismo, presume-se que saibam o que significa.
Alexandre
2022-11-09 07:22:29Desde quando o Lula, a "criatura do Golbery", é de esquerda? Ele é de esquerda só porque roubou o Bolsa-Escola do Betinho? Ah, então o Bozo, com seu auxílio Brasil, também é de esquerda. Dois grandes demagogos esses aí.
Eduardo
2022-11-08 17:04:35O bom senso voltando a imperar na Argentina