Sócios de companhia dizem que JBS pagou avião de aliados de Eduardo Braga
Dois sócios de uma empresa de táxi aéreo de Manaus confirmaram à Polícia Federal que receberam 6 milhões de reais da J&F em 2014 para custear viagens de candidatos da chapa encabeçada pelo MDB no estado, mas sem prestar contas dos voos. Os depoimentos dos empresários foram dados na Operação Alaska. A operação investiga o...
Dois sócios de uma empresa de táxi aéreo de Manaus confirmaram à Polícia Federal que receberam 6 milhões de reais da J&F em 2014 para custear viagens de candidatos da chapa encabeçada pelo MDB no estado, mas sem prestar contas dos voos. Os depoimentos dos empresários foram dados na Operação Alaska. A operação investiga o repasse de cerca de 40 milhões de reais da J&F para a compra de apoio de políticos do MDB à reeleição da ex-presidente Dilma Rousseff. Para os investigadores, os depoimentos e o material encontrado na empresa reforçam as suspeitas de que a companhia foi usada para lavar dinheiro destinado ao líder do MDB no Senado, Eduardo Braga (foto).
Os irmãos Átila e Metin Yurtsever são sócios da empresa Rico Táxi Aéreo e depuseram no dia 5 de novembro, quando a Alaska foi iniciada. A Rico foi citada na delação premiada do ex-diretor da J&F Ricardo Saud.
O executivo relatou ter repassado 6 milhões de reais ao senador do Amazonas por um contrato de fachada com a companhia, como parte do acerto para compra do apoio do cacique emedebista. O valor é quase o dobro dos 3,1 milhões de reais que a Rico declarou oficialmente ter recebido na campanha de 2014 por serviços de transporte a seis candidatos no Amazonas, inclusive o então candidato a governador José Melo, do PSD, e os comitês de campanha do PSDB e do MDB locais.
Responsável pelo setor financeiro da companhia, Átila confirmou a prestação de serviços no contrato firmado com a JBS. Na versão do empresário, em um primeiro momento, a holding dos irmãos Batista teria procurado a Rico, em meados de 2014, interessada no “mapeamento de regiões da Amazônia”, para compras de fazendas na região. Ele alega ainda que a JBS pagou adiantado pela contratação.
Após receber os valores, Átila disse que teria havido uma mudança no tipo de serviço solicitado pela JBS. "O declarante deveria deixar suas aeronaves à disposição de um determinado grupo político, para atividades relacionadas à campanha eleitoral de 2014", informa a transcrição do depoimento. A PF acrescentou que o sócio da Rico Táxi Aéreo "chegou a questionar à JBS quem seriam os membros de tal comitê político, mas foi informado apenas que saberia no momento oportuno”.
Sem identificar os interlocutores da JBS ou do “grupo político”, Átila confirmou que foi procurado mais tarde por representantes da coligação encabeçada pelo MDB no estado, que solicitaram que prestasse os serviços para candidatos a todos os cargos. Naquele ano, Eduardo Braga se lançou candidato ao governo do Amazonas, em uma aliança que contava com outros dez partidos, incluindo o PT, o PP e o PDT.
Átila confirmou que, “como já havia sido pago pelo serviço e havia recebido orientação expressa de seu contratante neste sentido, prestou os serviços solicitados”. Segundo o sócio da Rico, nunca houve cobrança para prestar contas das horas de voo, para a JBS ou para a coligação partidária. A lei prevê que todos os serviços prestados às campanhas devem ser declarados à Justiça Eleitoral.
A minuta de contrato da Rico Táxi Aéreo com a JBS foi apresentada por Saud em sua delação, mas nunca chegou a ser assinada. Confrontado com o documento, Átila reconheceu o contrato. Ele disse que emitiu as notas e recebeu as duas transferências da JBS que somam 6 milhões de reais, mas que o acordo não foi assinado por “dificuldades logísticas”: o sócio da Rico reside em Manaus, enquanto os representantes da JBS ficavam em São Paulo.
Metin, irmão de Átila, admitiu à PF a prestação de serviços para os candidatos do MDB no estado. Mas negou ter havido um contrato para justificar os serviços. Nas buscas na sede da empresa, a Polícia Federal encontrou as notas fiscais emitidas para a JBS e uma planilha de 17 páginas com a relação de voos que teriam sido realizados para o MDB em 2014.
A assessoria do senador do Amazonas enviou no início da noite desta segunda-feira, 25, após a publicação da reportagem, nota informando que "todos os serviços relativos à campanha eleitoral de 2014 foram efetivamente prestados, pagos e declarados à Justiça Eleitoral, inclusive os serviços referentes à Rico Táxi Aéreo".
Os comentários não representam a opinião do site; a responsabilidade pelo conteúdo postado é do autor da mensagem.
Comentários (10)
Edmar
2019-11-26 11:51:35Quem andava com Lula, é só procurar que acha.
PAULO
2019-11-26 09:50:05Assim como Jader Barbalho, este senador é da velha política, e como tal tem como hábito roubar dinheiro do povo, corrupto nato. Esses caras têm que ser extirpados da política de uma vez por todas....Presos jamais serão, pois todos serão julgados pelo STF.
Jose
2019-11-26 06:52:19Cara de bandido. Jeito de bandido. Quadrilheiro e como o Ciro Gomes, agora para fazerem prefeituras, vão se descolar do PT. Já não dá mais para só descolar do PT e palancar com Lula. Vão levar tomatada.
Jose
2019-11-25 22:58:31Pagar para voar na Rico não é apoio, mas sim tentativa de assassinato, kkkkkkkkkkkkkkk.
Jose
2019-11-25 22:39:46MDB, sempre MDB. A maior Orcrim do planeta. Têm muitos juízes escondidos em seus cueiros.
José
2019-11-25 22:23:49Desses velhos e corruptos políticos se a Polícia Federal investigar nenhum fica impune. Tudo velhas raposas que tomaram conta de galinheiros durante muitos anos. Todos cafajestes e canalhas.
Valderes
2019-11-25 21:25:45É muita sujeira. Onde aparece a corja da JBS, PMDB, PT e tantas outras varejeiras espalhadas por aí, a carniça fede. E o povo pagando todas as contas. Só falta chamarem aqueles togados de plantão, sempre dispostos a soltar a bandidagem.
Aguia
2019-11-25 21:08:34Todos eles que sempre pensaram ser eterna a sempiterna Impunidade, já começam a se preocupar... Pois, como tudo um dia chega ao fim, ela que foi sempre protetora sombra, já não é mais tão confiável. Todos eles sabem disto. Todos eles. Todos os crápulas. Já não estão mais conseguindo esconder, nem mesmo disfarçar, o MEDO! Pode-se ver que ainda sorriem e tentam arrostar coragem e destemor. MAS, seus outrora estridentes sorrisos já estão ficando, pouco a pouco e dia após dia, mais... AMARELOS.
Jose
2019-11-25 20:55:40E difícil viajar de Rico. De vez quando há um acidente com a empresa. No Amazonas, a empresa e conhecida como Risco.
Carlos Barros
2019-11-25 20:04:25Isso vai cair no buraco negro do TSE e nada vai acontecer.