Em evento do PSB, Lula repete tática de Bolsonaro e aposta na memória curta do eleitor
Como mostrou Crusoé em sua mais recente edição, a campanha à reeleição de Jair Bolsonaro tenta reescrever a história para fazer com que o eleitor delete da memória os descalabros do atual governo, como a trágica atuação na condução da pandemia do coronavírus, as travas impostas no combate à corrupção e a erosão da economia....
Como mostrou Crusoé em sua mais recente edição, a campanha à reeleição de Jair Bolsonaro tenta reescrever a história para fazer com que o eleitor delete da memória os descalabros do atual governo, como a trágica atuação na condução da pandemia do coronavírus, as travas impostas no combate à corrupção e a erosão da economia.
Em entrevistas, declarações e discursos proferidos em palanques pelo Brasil, o presidente, seus ministros e aliados demonstram sintonia fina. Desdizem o que foi dito, distorcem o que foi falado, com o propósito, sobretudo, de recuperar o eleitor de 2018 que se decepcionou com Bolsonaro e passou a admitir votar em outro candidato.
Antípoda de Bolsonaro, Lula adota a mesma estratégia de apostar na memória curta do eleitor médio para angariar votos, reduzir sua rejeição ou algo que o valha. Durante a solenidade de indicação de Geraldo Alckmin pelo PSB como vice em sua chapa, nesta sexta-feira, 8, o petista disse sem corar a face que “feliz era o Brasil quando a polarização se dava entre PSDB e PT”. “A gente terminava um comício em qualquer lugar deste país, entrava em um restaurante, com pessoas com a camisa do PSDB, pessoas com a camisa do PT. A gente ia se cumprimentar e, dependendo da relação de amizade, até uma cervejinha a gente tomava”, acrescentou.
Seria o caso de perguntar se Lula teve clima para abrir uma “cervejinha” com militantes do PSDB, depois de subir num palanque em Belo Horizonte, na reta final da campanha de 2014, e insinuar que o tucano Aécio Neves batia em mulher. “A tática dele (Aécio, então adversário de Dilma Rousseff no segundo turno da eleição presidencial) é a seguinte: vou partir para a agressão. Meu negócio com mulher é partir para cima agredindo”, afirmou Lula. Mas o petista insiste dia sim e outro também desde o lançamento de sua candidatura ao Planalto que nunca foi de fazer discurso de ódio. É, o Brasil era muito "feliz" durante a polarização PT-PSDB e o inferno são mesmo os outros...
Lula não pararia por ali. Na sequência, o ex-presidente também classificou Aécio de “filhinho de papai” e “vingativo”, comparando-o a Fernando Collor, o mesmo que dividiu palanques com Dilma naquela mesma eleição e que hoje é aliado de primeira hora de Jair Bolsonaro. Ah, a política...
Ao fim, valendo-se da idêntica tática surrada que Bolsonaro quer reproduzir agora, qual seja, a da mentira como arma eleitoral, Lula ainda ousou brincar de subverter o tempo: perguntou o que Aécio estava fazendo enquanto Dilma era presa na ditadura – na época, o tucano tinha apenas dez anos de idade. Para acreditar em mais uma impostura do petista, o incauto eleitor precisaria não apenas ser fraco de memória, como ruim de conta.
Embora de rápida duração, o evento do PSB desta sexta-feira, 8, ainda coube outras pérolas de Lula claramente direcionadas para o eleitor desmemoriado – bem, também há aqueles que cultivam o hábito de tapar olhos, ouvidos e nariz para a realidade, mas, neste caso, o problema é outro... Sem o menor constrangimento, o pré-candidato petista à Presidência teve a coragem de dizer que a relação com Alckmin, seu virtual vice, sempre foi “respeitosa” e “civilizada”.
Resta saber se o ponto alto da relação de “respeito mútuo” foi quando Lula disse que o então tucano não era civilizado porque "mamou até os 14 anos" e, “insosso, como comida sem sal”, agia com “hipocrisia” e "desprezo ao povo” ou se quando o ex-tucano afirmou que Lula queria ser eleito novamente presidente para “voltar à cena do crime”.
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Comentários (8)
Manoel
2022-04-11 08:39:38Lula sempre foi um mentiroso, corrupto e cara-de-pau. País sem memória, é país sem futuro.
José Carlos Marinho
2022-04-10 11:23:31Como dizem esses políticos sem caráter: não foi isso que eu quis dizer.
Emilio Cêdo
2022-04-09 03:24:02Não espero neutralidade de uma mídia morista ou lulista. Mas mais sutileza, e menos estímulo ao movimento da manada.
Emilio Cêdo
2022-04-09 03:21:07Manchete abobada. Todo político quer que se esqueça x, mas que lembremos de y.
luiz antonio - rj
2022-04-09 02:57:03País onde políticos nefastos não tem a menor vergonha na cara
Amaury G Feitosa
2022-04-08 15:39:59Puro lixo.
JOSE
2022-04-08 14:26:55Em um comício em Pernambuco em out/14 ele comparou os tuvanos aos nazistas, e a Herodes. É um cínico este ex-presidiário
José Geraldo Xavier
2022-04-08 14:06:57Uol se associou à Crusoe?!