Musk e o debate sobre escândalo de abuso infantil no Reino Unido
Musk fez uma sequência de declarações contundentes, alegando que Starmer não havia tomado medidas adequadas para combater o que chamou de "vergonha da Grã-Bretanha"
O magnata da tecnologia Elon Musk tem chamado a atenção do público britânico por meio de suas postagens no X.
Recentemente, ele reacendeu uma controvérsia antiga relacionada a um escândalo envolvendo abusadores sexuais de origem paquistanesa, ao mesmo tempo em que se desentendeu com Nigel Farage, um conhecido aliado de Donald Trump.
Keir Starmer, líder do Partido Trabalhista e atual primeiro-ministro do Reino Unido, tinha planos de apresentar reformas significativas para o Serviço Nacional de Saúde (NHS) em 2024. No entanto, em vez disso, ele se viu no centro de uma série de críticas oriundas dos comentários de Musk, que o acusou de inação durante seu tempo à frente da Procuradoria Geral no que diz respeito ao escândalo de exploração sexual de meninas.
Musk fez uma sequência de declarações contundentes, alegando que Starmer não havia tomado medidas adequadas para combater o que chamou de "vergonha da Grã-Bretanha". As acusações feitas pelo bilionário incluem alegações sobre uma suposta negligência em relação a uma rede de pedofilia que atuava principalmente em comunidades vulneráveis e carentes.
Musk também utilizou sua plataforma online para perguntar a seus seguidores se os Estados Unidos deveriam intervir para "libertar" o Reino Unido de sua "governança tirânica".
O escândalo de abuso sexual
O escândalo em questão remonta a aproximadamente três décadas e envolve múltiplos casos de abuso sexual cometidos contra meninas, muitas das quais eram brancas e provinham de contextos sociais desfavorecidos.
Os perpetradores, na maioria homens paquistaneses, exploraram essas jovens por longos períodos sem enfrentarem consequências legais significativas devido à falta de credibilidade atribuída às vítimas pelas autoridades locais.
Um relatório investigativo liderado pela educadora escocesa Alexis Jay em 2014 revelou que as autoridades estavam relutantes em agir devido ao medo de acusações raciais e à preocupação com as relações intercomunitárias.
Apoio a uma nova investigação
Recentemente, Musk trouxe novamente esse tema à tona após a ministra Phillips rejeitar um pedido do conselho municipal da cidade de Oldham para a criação de uma comissão nacional investigativa sobre o assunto.
Com o apoio do bilionário, Farage e Kemi Badenoch, líder da oposição conservadora, começaram a advogar por uma nova investigação nacional.
Essa mudança repentina na postura dos conservadores levanta questionamentos sobre a sinceridade de seu apoio à causa, especialmente considerando que eles haviam descartado essa possibilidade anteriormente.
Starmer se pronuncia
Starmer finalmente abordou a controvérsia após vários dias em silêncio. Ele criticou o encobrimento das autoridades por motivos políticos como sendo "perverso", mas expressou preferência por implementar as recomendações já estabelecidas em investigações anteriores ao invés de solicitar novos relatórios.
As sugestões insinuadas por Musk sobre uma suposta cumplicidade direta de Starmer nas omissões foram veementemente negadas pelo primeiro-ministro.
Embora tenha havido hesitações no início do mandato de Starmer quanto à responsabilização dos criminosos sexuais paquistaneses em Rochdale, posteriormente houve um pedido formal de desculpas pela sua equipe e ações corretivas foram tomadas para reabrir casos antigos.
Musk-Starmer-Trump-Farange
Starmer criticou o que disse ser disseminação de informações falsas nas redes sociais por parte de ativistas extremistas, mas não mencionou Musk diretamente.
Isso ilustra a complexidade da situação para o governo britânico: entre responder aos ataques do bilionário e manter um bom relacionamento com Trump e seus associados.
Além disso, Musk também colocou o populista de direita, Farage, em uma posição delicada ao pedir publicamente pela libertação do ativista extremista Tommy Robinson.
Farage se apressou em defender suas opiniões enquanto se distanciava das visões radicais de Robinson, cuja presença na política não era bem-vinda em seu partido.
A tensão entre Musk e Farage se intensificou após o bilionário sugerir que o líder conservador deveria renunciar ao cargo, afirmando que "Farage não tem o que é necessário".
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