Duas razões para Lula ter adiado o encontro com Gabriel Boric
O Ministério de Relações Exteriores anunciou na manhã desta segunda, 13, o adiamento da visita do presidente Lula ao Chile, para se encontrar com o presidente Gabriel Boric entre os dias 17 e 18 deste mês. O motivo, segundo a nota, foi a "necessidade de acompanhamento da situação das enchentes no Rio Grande do Sul...
O Ministério de Relações Exteriores anunciou na manhã desta segunda, 13, o adiamento da visita do presidente Lula ao Chile, para se encontrar com o presidente Gabriel Boric entre os dias 17 e 18 deste mês.
O motivo, segundo a nota, foi a "necessidade de acompanhamento da situação das enchentes no Rio Grande do Sul e de coordenação no atendimento à população e nas tarefas de reconstrução".
Pegou muito mal a visita que Lula fez a Alagoas na sexta, 10, para entregar as chaves de 914 apartamentos do programa Minha Casa, Minha Vida.
O presidente foi muito criticado por se deslocar para fazer um ato eleitoreiro em meio às enchentes do Rio Grande do Sul.
Além do mais, Lula saiu para defender o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP), das vaias das pessoas que estavam na plateia.
"A gente precisa apenas a aprender a respeitar quando o ato é institucional, um ato institucional não tem cor partidária. Porque, senão, fica difícil para um presidente da República viajar para inaugurar coisas, porque as pessoas que vem aqui são convidas por nós. E ninguém leva ninguém na sua casa para ser vaiado", disse Lula.
O evento em Alagoas, que tinha como objetivo angariar apoio político para um governo com aprovação em declínio, acabou tendo um resultado desastroso para o presidente.
Uma segunda explicação para o adiamento da viagem para o Chile é que Lula não teria a ganhar muita coisa com ela.
Quando Boric foi eleito, em 2021, Lula parabenizou o "companheiro" e festejou "mais uma vitória de um candidato democrata e progressista na nossa América Latina". O petista, que ainda não tinha vencido as eleições para um terceiro mandato, até posou com um boné do chileno (foto).
Mas, apesar de ser de esquerda, Boric tem dado diversas declarações que vão na contramão do Brasil.
O chileno já criticou as torturas da ditadura do venezuelano Nicolás Maduro, as violações de direitos humanos na China e a invasão russa da Ucrânia. Em setembro do ano passado, Boric até se encontrou com o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky.
"A impressão que dá é que o Lula tem pouca paciência com o Boric, que é um sujeito muito mais jovem e que tem uma agenda de direitos humanos que para o Brasil é detrimental", disse ao podcast Latitude o pesquisador da Fundação Getúlio Vargas, Matias Spektor.
Assista a um trecho do podcast Latitude em que Matias Spektor comenta o isolamento regional de Lula, mesmo entre presidentes de esquerda:
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Comentários (1)
Carlos Renato Cardoso Da Costa
2024-05-13 13:35:48Não tem cabimento se ausentar do país neste momento. Uma pena o que está acontecendo no RS pra esse nosso presidente viajador...