Em uma reviravolta política e empresarial inesperada, Sam Altman, CEO da OpenAI, consolidou-se como principal interlocutor do presidente Donald Trump na área de inteligência artificial, desbancando Elon Musk, seu antigo rival e outrora aliado do magnata republicano e cofundador da própria OpenAI, dona do ChatGPT.
Segundo uma reportagem do Wall Street Journal, Altman percorreu um caminho de aproximação com Trump após a vitória do republicano nas eleições de 2024, mesmo tendo sido crítico feroz do presidente no passado. Em postagens antigas, ele chegou a comparar Trump a Hitler e alertava que sua presidência seria desastrosa para a democracia americana.
Só que ao longo de 2024 e 2025, ele foi mudando sua postura pública e passou a adotar um discurso mais pragmático e até conciliador, reconhecendo que Trump “acertou em algumas coisas importantes” e passando a colaborar com sua equipe.
Enquanto isso, Elon Musk, que mantinha forte influência sobre a campanha de Trump e foi um dos maiores doadores digitais da eleição, rompeu com o presidente após desentendimentos sobre prioridades orçamentárias e tecnológicas.
Isso abriu espaço para Altman, que rapidamente se movimentou: contratou lobistas próximos do Partido Republicano, buscou apoio de nomes como Larry Ellison, fundador da Oracle e Masayoshi Son, fundador do conglomerado japonês SoftBank, e promoveu sua visão de um ambicioso plano de infraestrutura de inteligência artificial com apoio do governo.
O projeto, batizado de Stargate, prevê investimentos bilionários para a construção de gigantescos centros de análise e processamento dados nos EUA como forma de garantir a liderança americana frente à China na corrida da IA. A iniciativa foi muito bem recebida por Trump e se tornou parte da plataforma republicana, reforçando a boa fase de Sam Altman junto ao governo.
Essa virada surpreendente representa um golpe direto em Elon Musk, que já chamou Altman de Swindly Sam, algo como "Sam, o vigarista" e criticou publicamente sua aproximação com Trump quando ainda era seu aliado. Mas a resposta do presidente foi simbólica: “Ele Musk odeia um dos envolvidos… Mas eu também odeio certas pessoas.”
Agora, com respaldo político e apoio empresarial, Sam Altman passou a influenciar diretamente a política industrial e tecnológica dos EUA. Será palestrante em uma conferência do Federal Reserve, o banco central americano, e sua empresa firmou contratos com milionários com o Pentágono.
De crítico a aliado, ele se tornou peça-chave da estratégia americana para dominar a nova era da inteligência artificial, e deixou Elon Musk para trás.
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