Ditadura cubana liberta 114 presos políticos após acordo com EUA
Em seus últimos dias como presidente, Joe Biden retirou Cuba da lista de países que patrocinam o terrorismo
O Observatório Cubano de Direitos Humanos (OCDH) informou no domingo, 19, que pelo menos 114 presos políticos foram libertados pela ditadura de Miguel Díaz-Canel desde quarta-feira, 15, um dia após o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, remover a ilha da lista de patrocinadores estatais do terrorismo.
Entre os libertados estão figuras proeminentes da oposição ao regime cubano, como Tania Echevarría Menéndez, integrante do coletivo Damas de Branco.
Ela cumpria pena de seis anos de prisão por participar das manifestações de 11 de julho de 2021, quando milhares de cubanos foram às ruas por melhores condições de vida e reformas políticas.
José Daniel Ferrer, líder da União Patriótica de Cuba, Luis Robles, o "jovem do cartaz" que foi preso por protestar pacificamente, e Brenda Díaz, manifestante trans condenada por desordem pública, sabotagem e desacato, também foram libertados.
Sem anistia ou indulto
As libertações não implicam em anistia ou indultos aos opositores de Díaz-Canel.
A vice-presidente do Supremo Tribunal Popular (TSP, na sigla em espanhol), Maricela Sosa, informou que os libertados devem cumprir determinados requisitos de "boa conduta" impostos pelo regime.
Caso contrário, eles poderão regressar à prisão.
Quantos presos políticos serão libertados?
Em função do acordo firmado com os EUA, a ditadura de Díaz-Canel informou que irá libertar 553 pessoas, sem divulgar qualquer lista oficial dos nomes que serão soltos.
A ONG Prisoners Defenders, no entanto, diz que o regime cubano mantinha 1.161 presos políticos até o acordo com o governo americano, levando organizações de direitos humanos a criticar o acordo por considerá-lo insuficiente.
Trump vai manter o acordo com Cuba?
Durante seu primeiro mandato, Donald Trump reintegrou Cuba à lista de estados patrocinadores do terrorismo.
À Fox News, o escolhido do presidente eleito para o cargo de conselheiro de Segurança Nacional, Mike Waltz, afirmou que "qualquer coisa que eles [o governo Biden] estejam fazendo agora, podemos refazer, e ninguém deve ter ilusões em termos de uma mudança na política de Cuba".
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