Diretor-executivo da PF quer prestar novo depoimento
O diretor-executivo da Polícia Federal, Carlos Henrique Oliveira Sousa (foto), pediu para ser ouvido novamente no inquérito que investiga as acusações do ex-ministro da Justiça Sérgio Moro sobre a interferência política do presidente Jair Bolsonaro na corporação. Sousa era chefe da Superintendência da PF no Rio, mas deixou o cargo para ser o número 2...
O diretor-executivo da Polícia Federal, Carlos Henrique Oliveira Sousa (foto), pediu para ser ouvido novamente no inquérito que investiga as acusações do ex-ministro da Justiça Sérgio Moro sobre a interferência política do presidente Jair Bolsonaro na corporação.
Sousa era chefe da Superintendência da PF no Rio, mas deixou o cargo para ser o número 2 do diretor-geral, Rolando Alexandre. Em depoimento, ele disse ter conhecimento de que um familiar do presidente Jair Bolsonaro chegou a ser investigado pela corporação, referindo-se ao senador Flávio Bolsonaro. Ressaltou, no entanto, que o inquérito foi na esfera eleitoral e acabou arquivado.
Na oitiva, o delegado ainda relatou que a Polícia Federal não participa da segurança pessoal do presidente da República e seus familiares -- função do Gabinete de Segurança Institucional, chefiado pelo general Augusto Heleno.
O tema é objeto de uma guerra de narrativas no inquérito, que tramita no Supremo Tribunal Federal. A estratégia de defesa de Bolsonaro é provar que, na reunião ministerial do dia 22 de abril, o presidente se referiu à sua segurança pessoal, e, não, à Polícia Federal, quando disse que queria uma "troca" para proteger parentes e amigos.
Em outra via, a defesa de Moro sustenta que a divulgação da filmagem vai revelar que, em tom "autoritário", Bolsonaro falava sobre a PF. Os advogados também defendem que o então ministro da Justiça deixou a reunião discordando da exigência.
O ministro Celso de Mello, do STF, aguarda uma manifestação do procurador-geral, Augusto Aras, sobre a possibilidade de divulgação da gravação. O chefe do Ministério Público está inclinado a pedir que somente trechos pertinentes ao inquérito sejam levados a público. O parecer pode ser enviado ainda nesta quinta, 14.
Na próxima terça-feira, 19, a PF ouvirá o delegado Claudio Ferreira Gomes. Na quarta-feira, 20, será a vez de Caioro Costa Duarte, superintendente em Pernambuco, e de Rodrigo Morais, da PF em Minas Gerais, responsável pela investigação sobre Adélio Bispo de Oliveira. Sousa será ouvido também na quarta.
Os comentários não representam a opinião do site; a responsabilidade pelo conteúdo postado é do autor da mensagem.
Comentários (0)