Presidente do Butantan garante que morte de voluntário não tem relação com vacina: 'É impossível'
O secretário de Saúde de São Paulo, Jean Carlo Gorinchteyn, o presidente do Instituto Butantan, Dimas Covas (foto), e o coordenador do Centro de Contingência Contra a Covid-19, João Gabbardo, criticaram nesta terça-feira, 10, a decisão da Anvisa de suspender os testes com a Coronavac. A agência reguladora decidiu paralisar os estudos clínicos após a...
O secretário de Saúde de São Paulo, Jean Carlo Gorinchteyn, o presidente do Instituto Butantan, Dimas Covas (foto), e o coordenador do Centro de Contingência Contra a Covid-19, João Gabbardo, criticaram nesta terça-feira, 10, a decisão da Anvisa de suspender os testes com a Coronavac. A agência reguladora decidiu paralisar os estudos clínicos após a morte de um dos 10 mil voluntários que participam das pesquisas. O governo de São Paulo garante que o episódio não tem nenhuma relação com a vacina, desenvolvida pelo Butantan em parceria com a chinesa Sinovac.
“Um evento adverso grave é todo aquele que envolve a pessoa que está no estudo. Um atropelamento, por exemplo, é um evento grave que compromete essa pessoa, mas não está relacionado à vacina”, explicou o secretário Gorinchteyn. “O governo de São Paulo nunca tratou a pandemia de forma política. Em nenhum momento, houve interferência com a ciência e com a medicina e nós não autorizaremos isso. Nós, médicos e cientistas, precisamos de respeito. Que os órgãos ajam com lisura”, acrescentou o chefe da pasta.
Dimas Covas lembrou o histórico de 119 anos de pesquisas da instituição e defendeu a segurança dos estudos. “Tenho 30 anos de profissão. Sou cientista, sou médico, e, se tem uma coisa pela qual eu prezo é a segurança dos pacientes que se submetem a algum estudo clínico. Neste caso, não seria diferente. Estamos tratando de um efeito adverso grave que não tem relação com a vacina. E essa informação estava disponível à Anvisa desde o dia 6”, afirmou Dimas Covas.
O presidente do Instituto Butantan disse ainda que a decisão da Anvisa, comunicada ao governo paulista por e-mail, causou “surpresa, insegurança e indignação”. Segundo ele, o efeito adverso sofrido pelo voluntário ocorreu 25 dias após a administração do medicamento – o governo não informou se a pessoa tomou placebo ou a vacina em estudo. Covas ressaltou que é preciso assegurar o sigilo dos participantes da pesquisa, mas ele garante que "é impossível" que o episódio registrado esteja associado à vacina.
Sem citar o presidente Jair Bolsonaro, que nesta terça-feira comemorou a suspensão dos estudos clínicos da Coronavac, João Gabbardo criticou a postura. “O que nos choca é que, enquanto todos estão correndo para que tenhamos a vacina disponível para a população, algumas pessoas apostem no contrário, coincidentemente no mesmo dia que o governo de São Paulo anuncia a chegada das primeiras doses da vacina. E algumas pessoas festejam o fato de ter aparecido um óbito e criam essa confusão para tentar desmoralizar uma vacina. É muito triste ter que responder desta forma”, afirmou Gabbardo, que é ex-secretário executivo do Ministério da Saúde.
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Comentários (10)
Riso
2020-11-10 18:39:41O Butantã pretendia omitir a morte de um voluntário da vacina? Foi em outubro e eu só vi notícias hoje
BOCCA DELLA VERITÀ
2020-11-10 15:45:52É estarrecedor ver o jair MENTECAPTO que se diz cristão e evangelico comemorando um suicidio e dizendo mais uma vitoria de bolsonaro. votei nesse EXCREMENTO.
Carlos
2020-11-10 14:40:43PELO QUE EU ESTOU VENDO ATÉ AGORA NA COLETIVA. OS DIRETORES DA ANVISA ESTAO DIZENDO QUE O BUTANTÃ NÃO PASSOU A INFORMAÇÃO DA CAUSA MORTIS DO VOLUNTÁRIO.
Paulo Artur
2020-11-10 14:10:09É impossível levar ao SUICÍDIO ?
RENZO
2020-11-10 14:05:49As vacinas de empresas privadas tem seu próprio padrão de ética e ouvidoria,como foi o caso da Oxford e Pfizer,que fizeram seus pitstop.Mas no caso dessa vacina não tem uma ouvidoria,e o Butantã que se diz o tal,qdo a formulação vem de um país comunista,zero de escutar qq crítica,vide a disseminação do vírus no mundo!
Marcos
2020-11-10 14:05:11O que me deixa mais perplexo é ninguem comentar o que realmente aconteceu. Já li a menção sobre atropelamento de um dos pacientes pelo sr Covas mas, não foi claro . A própria Anvisa também não foi clara , colocando esta frase de "evento adverso grave". Para parar esta discussão bastaria falar o que realmente aconteçeu. Não torço pra lado nenhum. Só quero que me falem a verdade, sem este negócio de esconder a informação e colocando a mascara Para preservar os pacientes ou A saude da população
MARCELO
2020-11-10 14:00:46Tudo indica que a decisão de suspender os testes foi política. Não esqueçamos que o diretor-presidente da ANVISA é um militar e foi nomeado pelo atual presidente. Se realmente tal decisão foi política, melhor seria que os militares saiam, imediatamente, desse governo para não comprometer a boa fama que ainda possuem.
Bernardo
2020-11-10 13:51:12Confesso que não tinha conhecimento de que a Anvisa é uma instituição de Estado e não de governo e que, portanto, preserva sua independência em relação ao governo de plantão. Aprendi isso pela própria mídia nacional. Assim, não entendo esse cunho político que se quer projetar na ação da Anvisa.
JoseRMonteiro
2020-11-10 13:36:12Essa guerra de narrativas em relação às vacinas está só começando. É briga de grandes multinacionais, são muitos bilhões de dolares que estão em jogo. Com a quantidade de participantes da gincana da vacina, vai acabar faltando vírus.
Romualdo
2020-11-10 13:09:15Qual o problema da Anvisa suspender temporariamente os estudos da Coronavac? Se ocorreu um evento sério com um dos voluntários é perfeitamente óbvia a suspensão. Aliás a uns 3 meses o mesmo ocorreu com os estudos da vacina de Oxford ! E posteriormente os estudos foram retomados .