Derrota conservadora pode varrer Rishi Sunak do mapa
A decisão do primeiro-ministro britânico Rishi Sunak (foto) de adiantar as eleições parlamentares britânicas para o próximo dia 4 de julho deve representar um dos cálculos políticos mais arriscados da história política do país. E, pelo visto, ele próprio entrará para a história de uma maneira negativa. Além de ver seu partido perder para o...
A decisão do primeiro-ministro britânico Rishi Sunak (foto) de adiantar as eleições parlamentares britânicas para o próximo dia 4 de julho deve representar um dos cálculos políticos mais arriscados da história política do país. E, pelo visto, ele próprio entrará para a história de uma maneira negativa.
Além de ver seu partido perder para o partido Trabalhista a liderança de Westminster, ele próprio corre o risco de não se reeleger em seu próprio condado. Sunak é o representante do condado de Richmond e Northallerton, na região norte do país, e pode se tornar o primeiro premiê a não ser reeleito em toda a história inglesa.
Uma pesquisa do instituto de pesquisas inglês Savanta, publicada nesta semana, mostra que o resultado está ainda difícil de cravar, mas aponta uma clara vantagem do partido trabalhista, de 34% a 29% contra os conservadores. Em terceiro vem o partido Reform UK, que herdou a plataforma populista do Brexit, com 19% dos votos.
Se as pesquisas se manterem na urna, Sunak não consegue se reeleger, deixando de ser ao mesmo tempo o primeiro-ministro e o líder do partido. O cargo ficaria com Tom Wilson, que é um trabalhador da região na região, abertamente gay e que trabalhou como testador de Covid durante a pandemia nos últimos anos.
Em sua primeira eleição na vida, Wilson pode destronar o primeiro-ministro que jamais se identificou muito com a região — Sunak é britânico, mas um estudante de Oxford (no sul do país), casado com uma bilionária indiana que possui uma residência de luxo no condado.
O cálculo dele de adiantar as eleições se mostrou tão equivocado que institutos de pesquisa projetam não apenas a perda de liderança, mas uma supermaioria do partido Trabalhista, hoje na oposição — a pesquisa mais otimista aponta o partido chegando a 516 das 650 cadeiras em disputa. Hoje com 351 cadeiras, os Conservadores podem cair para 150 (ou até 53, nas pesquisas mais pessimistas), podendo pela primeira vez em 190 anos perder o status de segunda força no Parlamento para o Reform UK.
Leia mais em Crusoé: No Reino Unido, Conservadores podem ter queda pior que a prevista
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Comentários (1)
João
2024-06-22 17:53:19Se as pesquisas não se manterem???